Nomes ajudariam a aprovar a PEC

Edição 351

Três semanas após a vitória nas eleições em segundo turno o governo eleito ainda não divulgou os nomes dos indicados para ocupar os principais cargos da área econômica, principalmente nos ministérios da Fazenda e do Planejamento, a serem cindidos do atual Ministérios da Economia. Na falta da indicação desses nomes, que poderiam participar ativamente das articulações com o Congresso pela aprovação da PEC da transição, que libera recursos no orçamento do ano que vem para o pagamento do Bolsa Família de R$ 600 e mais R$ 150 por dependente até 6 anos, as coisas podem começar a se complicar para o governo eleito.
Em primeiro lugar, o mercado financeiro não esconde a má vontade com a proposta do governo eleito de elevar as despesas com a área social em quase R$ 200 bilhões e, mais do que isso, de colocar esse gasto definitivamente fora do teto de gastos. Já começam a surgir PECs paralelas, como a do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), de limitar os gastos sociais prometidos na campanha eleitoral a algo como R$ 80 milhões, e ainda assim não de forma permanente. E o Centrão começa a se articular para colocar o chamado “orçamento secreto” como moeda de troca, em uma eventual negociação para aprovação da PEC.
A lua de mel entre os governos eleitos e a sociedade, incluindo também o Congresso, é normalmente de seis meses. Pelo andar da carruagem, no caso do governo eleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pode ser menor. Seria importante que Lula apresentasse o nome das pessoas que ocuparão os principais postos na área econômica do seu governo e que os mesmos assumissem um papel ativo nas negociações com o atual Congresso para a aprovação da PEC no Senado e Câmara, mesmo que não seja no valor cheio proposto pela equipe de transição. Quanto mais o tempo passa mais ruídos surgem nesse debate, mais resistências se criam, e mais difícil ficará o processo de votação e aprovação.
Esta edição de Investidor Institucional traz um especial sobre o uso de fundos de fundos, mais conhecidos pela sigla FoFs, nas carteiras das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs). Além das reportagens contando como essa classe de ativos está crescendo junto aos institucionais, há também um ranking começando na página 31 e que vai até a página 34, produzido pela consultoria ComDinheiro.
Boa leitura a todos.