Edição 84
Os números da pesquisa elaborada por Investidor Institucional e publicados nesta edição do Top Asset impressionam pela sua magnitude. São nada menos de R$ 350 bilhões em recursos administrados pelas empresas especializadas, na posição de 30 de junho, representando um crescimento de quase 15% em relação ao início do ano. Num período de três anos, desde quando começamos a publicar o Top Asset, o volume de recursos administrados mais que dobrou.
Nesse período de três anos, não só aumentou o volume de recursos como sofisticou-se imensamente a indústria e os investidores. E não só os grandes investidores, mas inclusive os médios e os pequenos. Hoje eles querem estar informados, querem saber das expectativas de lucros e dos riscos que envolvem cada tipo de ativo, porque entenderam que o dígito que vem após a vírgula, num quadro de indicadores de rentabilidade, faz muita diferença para eles. Para alguns é a escola dos filhos, para outros é um carro novo. O zero depois da virgula, que antigamente era tratado com desdém por quase todos, hoje é olhado quase com reverência porque representa a necessidade a ser satisfeita ou o sonho de cada um.
As empresas de gestão de recursos sabem disso. E também elas estão se aperfeiçoando, não só tecnicamente na gestão dos recursos que lhes são confiados mas inclusive no seu relacionamento com o público, na comunicação com o investidor. A área comercial das empresas conta com profissionais cada vez melhor preparados, o material de comunicação é cada vez mais claro e preciso e as informações são mais transparentes .
Gestores melhoraram porque o cliente melhorou, tornou-se mais exigente. Desse ponto de vista, o investidor cresceu. Em entrevista que dá à esta revista, publicada na página 8, o economista Edmar Bacha ressalta com acerto que o investidor brasileiro está mais maduro. Nota Bacha que “um dos sinais dessa maturidade é a ampla aceitação que vem tendo os códigos de auto-regulação da Anbid, o que caracteriza um mercado muito mais profissionalizado, muito menos oportunista que no passado. O investidor está olhando mais o longo prazo, com uma visão de que agora, com a situação econômica mais estável, é mais importante consolidar a posição no mercado do que aproveitar as eventuais volatilidades e turbulências da situação”.
Voltando aos números, os R$ 350 bilhões em ativos administrados são uma bela soma, um volume de recursos que equivale a aproximadamente um terço do nosso PIB. A perspectiva é que, daqui para a frente, assentadas as bases da estabilidade da economia e da moeda e com investidores mais maduros, esse número cresça em progressão geométrica.