Mais críticas à 2.720 | Presidente da Abrapp critica a Resolução

Edição 82

Nesta edição publicamos uma reportagem explosiva, na qual o presidente da Abrapp, Carlos Duarte Caldas, diz com todas as letras que a Resolução nº 2.720/CMN não atende às necessidades do sistema e, ao contrário, atrapalha. Com exigências que encarecem demais a administração dos fundos de pensão, além daquelas que os impedem de fazer as aplicações mais rentáveis, a 2.720 está tornando-se uma grande pedra no caminho das fundações. Assim, o remédio é tentar removê-la.
Ao dizer claramente que a resolução precisa ser reformulada em vários pontos, Caldas assume uma postura corajosa e que hoje sintetiza o que pensa todo o sistema, incluindo os fundos de pensão e os administradores de recursos. A resolução possui, evidentemente, muitos aspectos positivos, inclusive quanto à sua preocupação com a transparência das aplicações e a minimização do risco para os ativos dos participantes, mas seus aspectos negativos relacionados por Caldas em sua entrevista à Alexandre Sammogini tornam-a indigerível.
Para ilustrar essa situação, tomamos a liberdade de criar uma capa a partir de uma foto montagem, na qual Caldas dirige um rolo compressor que passa por cima das exigências da 2.720. Ao criar essa capa, nosso departamento de arte teve apenas o intuito de mostrar que as críticas tinham ganhado uma dimensão maior e uma postura bastante corajosa.
Essa postura tende a ganhar o apoio de outras entidades, igualmente envolvidas na questão e igualmente interessadas em evitar que essa resolução seja implantada tal como está. O mercado de capitais, um dos grandes prejudicados pela 2.720 mas que até agora não fez grandes demonstrações de insatisfação, pode aderir às críticas.
É provável que o tom das dríticas da Abrapp sirvam de referência para o resto do mercado envolvido com a questão, que passaria a externar suas posições com mais clareza e a deixar claro ao governo que algo precisa ser mudado na resolução, pois como está redigida prejudica a muitos e não apenas a um grupo específico de investidores.
A disposição do Conselho Monetário Nacional de mudar a Resolução foi manifestada pelo diretor de Política Econômica do Banco Central, Sérgio Werlang, em entrevista à esta revista, na edição anterior.