Edição 71
Internet é um dos temas mais quentes do momento. O crescimento dos negócios que levam o famoso .com depois do nome tem frequentado nove entre dez conversas empresariais nos últimos meses. Alguns se perguntam embasbacados como empresas surgidas praticamente do nada, há poucos anos, estão adquirindo outras tradicionais, às vezes centenárias, com o dinheiro da sua própria valorização em bolsas.
Parece a história de Midas, que transformava em ouro tudo aquilo que tocava. A aquisição da Times/Warner, uma das gigantes do setor de entretenimento dos Estados Unidos, pela América OnLine, mais conhecida pela sigla AOL, ilustra bem isso. Novas empresas, meio reais meio virtuais, comprando empresas enormes de carne e osso.
É sobre esse tema a nossa entrevista desta edição, feita com o diretor da empresa de gestão de recursos de terceiros Investidor Profissional, Roberto Vinhaes. Ele é um entusiasta do tema, que conhece como poucos. Há alguns anos, conta ele na entrevista à Investidor Institucional, quando dizia aos empresários que eles precisavam pensar na questão do relacionamento eletrônico das suas empresas com os consumidores e com os fornecedores, recebia apenas respostas curtas e secas como resposta. Alguns até acrescentavam com alguma ironia que ele estava viajando demais para os Estados Unidos, onde a conversa poderia até fazer sentido. No Brasil, não!
Pois bem, esses mesmos empresários estão hoje correndo atrás de soluções internáuticas para seus próprios negócios, e numa velocidade alucinante. Eles precisam dessas soluções quer seja para vender suas idéias e seus produtos quer seja ao varejo, quer seja ao atacado. Os negócios novos que surgem da noite para o dia ameaçam desbancá-los, e o pior de tudo é que há investidores dispostos a colocar dinheiro nesses negócios novos de forma mais liberal do que nos seus. Para Vinhaes, a internet é uma ferramenta que irá mudar a cara do ambiente empresarial nos próximo anos.
Além dessa entrevista com ele, apresentamos na página 25 uma reportagem sobre as alternativas que os investidores estão buscando para escapar da armadilha dos juros cadentes, combinados com IGP-M ascendente, como aconteceu no ano passado. Principalmente os institucionais estão comprando títulos federais de longo prazo com contratos de indexação pelo IGP-M, além de debêntures de empresas privadas de primeira linha também corrigidos por esse índice. O objetivo é bater sua meta atuarial, de IGP-M + 6%. Renda fixa deixa de ser apenas aplicação em fundos DI, passando a envolver a partir de agora uma estratégia mais sofisticada de decisão.