Indústria de gestão já recupera as perdas

Edição 138

A pesquisa que fazemos para a publicação do ranking Top Asset, o qual estamos realizando pela 12º vez consecutiva, mostra que a indústria de gestão de recursos de terceiros apresentou um crescimento de 15,05% no primeiro semestre deste ano, passando a ter R$ 458,7 bilhões sob gestão ao final do mês de junho. Esses números demonstram claramente que o processo de recuperação dos ativos que tinham deixado o setor no ano passado, durante o episódio da marcação a mercado, já começou a se reverter. Dos R$ 60 bilhões perdidos pela indústria no ano passado por conta desse episódio, mais da metade já retornou, segundo mostra nossa reportagem da página 26 desta edição.
A expectativa dos especialistas é que os volumes continuem a crescer neste semestre, com a volta dos investidores nacionais e o ingresso de novos recursos de investidores externos no mercado de capitais brasileiro. Os números do Top Asset indicam que esses investidores externos reduziram sua exposição ao risco Brasil em 19,97% no primeiro semestre deste ano, para apenas R$ 12,9 bilhões. No acumulado de 12 meses, entretanto, as aplicações dos estrangeiros subiram 6,70%.
A pesquisa do Top Asset releva ainda outros dados interessantes. Um deles, que deve ser levado em conta, é a diferença de comportamento entre os números da previdência aberta e a fechada. Enquanto a primeira cresceu 37,47% e 50,61% em 6 meses e em 12 meses, respectivamente, os fundos de pensão cresceram modestos 16,23% e 27,56% em períodos semelhantes. Em ambos os períodos analisados, o crescimento da previdência fechada representou a metade, aproximadamente, do crescimento da previdência aberta.
Porque a previdência aberta cresce numa velocidade muito maior do que a fechada? Essa é a pergunta que muita gente têm feito, e encontrado a resposta na forma diferenciada como são tratados os dois sistemas. As facilidades que são concedidas às abertas, em detrimento das fechadas, tem levado muitas empresas a optarem por esse sistema na hora de contratar um plano.
Superar essa visão bipartida, das abertas em contraposição às fechadas, é hoje uma necessidade do sistema de previdência complementar do país. O tema foi colocado por vários dirigentes de ambos os sistemas que participaram do 2º Cisprev, dias 1 e 2 de setembro último em São Paulo. Eles foram enfáticos ao colocar a necessidade de regras mais equânimes entre os dois sistemas. E têm razão, pois isso se faz cada vez mais necessário!