Guia de FIIs mostra pressão da Selic

Edição 348

Esta edição de Investidor Institucional traz um especial sobre os fundos imobiliários. O guia, baseado em estudo realizado pela Aditus, apresenta 252 FIIs com um patrimônio líquido somado de R$ 141,32 bilhões. São fundos de várias teses de investimento, representando diferentes segmentos e sub-segmentos, que passam pelo escrutínio de diferentes indicadores.
Por várias vezes nas matérias que compõem esse especial, os gestores se referem à taxa Selic como a grande concorrente dos FIIs. Até a pandemia, os fundos imobiliários tinham captação positiva quase todos os meses, mas com a chegada da pandemia parte das lajes corporativas nas quais alocavam parte do capital perderam os inquilinos, o que reduziu sua rentabilidade e o pagamento dos dividendos. E a a partir de março do ano passado o Copom começou a elevar os juros da taxa Selic, atraindo os investidores dos FIIs e de outras classes de ativos para os títulos públicos. Os FIIs sentiram fortemente a concorrência.
Ainda nesta edição temos uma matéria com o novo superintendente da Previc, José Roberto Savóia, que já comandou a área de fiscalização dos fundos de pensão entre meados de 2001 e início de 2003, quando ela ainda respondia pelo nome de Secretaria de Previdência Complementar (SPC). Para Savóia, uma das vantagens de já ter passado pela função é que já conhece o jeito como o setor reage, com choro, à imposição de mudanças. Uma delas é a obrigatoriedade de “zerar” as posições das entidades em imóveis físicos até o ano 2030. O setor diz que essa obrigatoriedade pode levar o setor à “corner”, mas Savóia discorda e descarta rever a meta.
Esta edição também entrevistou o engenheiro José Luiz Alqueres, que nos últimos 50 anos dirigiu importantes empresas do setor elétrico como Centrais Elétricas do Rio de Janeiro (Cerj), Eletrobrás, Alstom do Brasil e Light Serviços de Eletricidade, para tentar entender porque o setor de energia, que inclui eletricidade e produtos derivados de petróleo (como gasolina e diesel), tem sido o grande vilão da nossa inflação. “Falta uma política energética para o País”, diz Alqueres. Segundo ele, a política de preços de combustíveis no Brasil não precisaria estar subordinado à paridade de preço internacional do petróleo.