Edição 131
A dança das cadeiras nas fundações de patrocinadoras públicas federais já começou. As duas primeiras fundações a trocar sua diretoria foram a Previ e a Petros, que passaram a ser dirigidas por Sérgio Rosa e Wagner Pinheiro, respectivamente. Na Funcef as coisas ainda não estavam claras até o fechamento desta edição, e não se sabia se quem iria para a presidência da fundação seria o atual diretor de controladoria, Carlos Caser, que conta com a simpatia do PT, ou o atual vice-presidente do banco, José Renato Correa de Lima, nome indicado pelo governador mineiro, Aécio Neves.
De qualquer forma, parece claro que pelo menos nas fundações mais importantes o PT irá fazer força para colocar gente sua na direção, até porque o partido possui quadros preparados para isso, que já ocupavam anteriormente outros postos importantes nelas. Contando-se seis dirigentes por fundação (três conselheiros e três da diretoria executiva), seriam mais de 200 cargos a serem preenchidos nas 40 fundações de patrocinadoras públicas federais, como mostra nossa reportagem da página 14.
Essa mudança deverá ter reflexos importantes no funcionamento da Abrapp, a associação que representa as fundações. Se não imediatamente, pelo menos a médio prazo, é natural que os novos representantes das fundações comecem a articular uma política para atuar como bloco junto à Abrapp, até porque em 2004 haverá eleições para renovar a diretoria da entidade. E se ainda é cedo para se pensar em 2004, não é tão cedo para se lembrar que ele existe.
Em outra reportagem desta edição mostramos como caminha a consolidação da indústria de gestão de recursos, sendo que os últimos lances foram dados pelo Bradesco, ao comprar o BBV e o JP Morgan em janeiro último. Bradesco e Itaú disputam palmo a palmo a vice-liderança do segmento, depois da BB DTVM, que por enquanto ainda lidera com uma certa folga.
Para a maioria dos analistas ouvidos na reportagem da página 24, a tendência é que o movimento de concentração continue. Na outra ponta, eles são unânimes em afirmar que uma queda das taxas de juros poderia deslanchar um rápido crescimento de gestores especialistas. Como está acontecendo no México, onde as taxas de juros, ao caírem de 17% a 18% ao ano para 6% a &%, estão provocando um grande crescimento das assets especialistas.