Edição 237
O nome do ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira foi execrado pelo mercado quando o Banco Santos quebrou, em 2004.
Picareta, canalha, bandido eram alguns dos adjetivos mais leves que ex-clientes, ex-investidores e alguns ex-amigos usavam para referir-se a ele. Geralmente a vida é assim, na desgraça há sempre uma certa unanimidade contra.
Não sabemos se ele merece realmente todos esses adjetivos com que é aquinhoado, nem nos cabe ficar na posição de julgar. Sabemos, isso sim, que ele tem informações interessantes a dar e que os números que oferece são de interesse dos nossos leitores, gente do mercado financeiro que conviveu e/ou teve negócios com ele ou com os profissionais que trabalhavam com ele. Por isso não nos negamos a publicá-las, claro que procurando ouvir antes a parte acusada, no caso o ex-interventor e hoje administrador da massa falida, Vânio de Aguiar, sobre as acusações para dar-lhe a oportunidade de rebatê-las. Mas Aguiar preferiu não falar, respondeu apenas pontualmente a algumas críticas de Edemar.
Portanto, ao publicar essa reportagem não nos colocamos de um ou de outro lado, apenas apresentamos uma história contada pelo lado perdedor. Julguem os leitores se os argumentos de Edemar merecem crédito.
Esta edição também traz um especial sobre a questão, cada vez mais importante, dos investimentos responsáveis. Os institucionais têm sido, no mundo todo, os principais impulsionadores dessa classe de investimentos, que não busca o retorno a qualquer preço mas um retorno que não cause danos ao ambiente e à comunidade. Mais e mais investidores estão aderindo a esse ponto de vista, no mundo todo.
A reunião deste ano do Principles of Responsible Investment (PRI), será realizada no Rio de Janeiro, no final do próximo mês de junho. Entre os objetivos da reunião está discutir porque os princípios de investimento responsáveis não se tornam um padrão mundial. Segundo a gerente da rede brasileira do PRI, Marcela Zonis, essa discussão tem ganhado corpo junto aos associados da entidade, inclusive os associados brasileiros. Segundo ela, o Brasil é um dos países com o maior número de fundos de pensão associados, proporcionalmente. “A proporção em relação ao total de associados é bastante grande no Brasil”, diz.