Expectativas na infraestrutura

Edição 282

Em entrevista à Investidor Institucional, pouco mais de um mês após tomar posse como novo presidente da Anbima, Robert Van Dijk falou de seus planos à frente da entidade pelos próximos dois anos. Um dos pontos que mais tem demandado a atenção dele e da nova diretoria nesse primeiro mês de gestão é a questão dos investimentos em infraestrutura, fundamentais para a retomada do processo de crescimento econômico, mas que por várias razões não deslanchou quando foi colocada à mesa pelo ex-ministro Joaquim Levy.
Van Dijk diz que está encaminhando ao governo várias sugestões definidas pela diretoria da Anbima no sentido de tornar os investimentos em infraestrutura mais atraentes ao mercado de capitais. Ele acha que, com alguns estímulos, o mercado de capitais poderá direcionar recursos para esse setor e com isso ajudar a resolver vários problemas do governo ao mesmo tempo, inicialmente fazendo deslanchar projetos com grande capacidade de emprego de mão de obra e em seguida viabilizando estruturas viárias e portuárias que podem ajudar a elevar a produtividade da indústria e do comércio nacionais.
No governo da presidente afastada, Dilma Roussef, o plano de investimentos no setor de infraestrutura mirava os mesmos objetivos e da mesma forma tentou atrair o apetite do mercado de capitais. Sem apoio político, entretanto, o projeto encabeçado pelo ex-ministro Levy não conseguiu deslanchar. Esperamos que agora, no governo do presidente interino Michel Temer, o apetite dos investidores possa finalmente emergir.
Além da entrevista com Van Dijk, esta edição traz também um especial sobre o mercado de custódia, controladoria e administração fiduciária. Entre os principais destaques desse especial temos as posições dos primeiros colocados no ranking geral de custódia, com o Itaú no primeiro posto ao final de março, com R$ 1,125 trilhão, seguido de perto pelo Bradesco com R$ 1,080 trilhão e pelo Banco do Brasil com R$ 787,57 bilhões. Já na custódia doméstica a liderança ficou com o Bradesco, com R$ 1,003 trilhão, seguido pelo Itaú, BB e Santander. No mercado internacional a primeira posição é do Citibank, com R$ 537,68 bilhões, seguido pelo JP Morgan e Itaú com R$ 187,67 bilhões e R$ 150,53 bilhões. Apesar das cifras astronômicas desse mercado, o que se nota é que ele é bastante dinâmico, já que as primeiras posições costumam sofrer alterações ao longo dos anos. Por exemplo, o Itaú ganhou a posição de liderança no ranking geral do Bradesco, que passou ao segundo lugar.