Edição 108
A disputa pela presidência da Abrapp entra na reta final, com os dois candidatos (Carlos Caldas e Fernando Pimentel) disputando cada voto dos eleitores. Com o voto eletrônico, que permite à fundação votar sem sair do seu local de origem, através da internet, pode-se dizer que essa é a eleição mais democrática da história da Abrapp. Mas nem por isso é a mais mobilizada. Pouco mais de 200 fundações se inscreveram para votar pela internet, recebendo as respectivas senhas, e se isso supera o número de votantes das eleições de 1998, quando 193 dirigentes compareceram pessoalmente às urnas, fica bastante aquém do que se esperava.
Esperava-se mais incrições para votar e mais mobilização das fundações nessas eleições, em primeiro lugar pela facilidade que representa o voto eletrônico e, em segundo, pelo momento crucial que vive o sistema. Afinal, o sistema vive a implementação de novas regras de fiscalização e controle, vive o medo de perder definitivamente a imunidade tributária, vive a expetactiva da regulamentação dos fundos complementares de estados e municípios, vive o crescimento acelerado da previdência aberta, entre outras coisas. Nessa situação, esperava-se mais fundações inscritas para votar e mais mobilização dos dirigentes do sistema na campanha.
No momento em que escrevemos estas linhas, a pouco menos de 1 mês das eleições, o ambiente ainda é morno, mas talvez nos próximos dias, quando esta edição estiver impressa e já circulando entre os leitores, talvez a campanha possa esquentar. Talvez, mas o certo é que imaginávamos, em meados do ano, que a essa altura do calendário a campanha já estivesse fervendo, com cada um dos candidatos mobilizando apoios apaixonados com base em suas propostas, de continuidade ou de mudanças, conforme o caso.
Para conhecer um pouco mais das propostas de cada candidato, enviamos um questionário com 15 perguntas idênticas a ambos. As respostas dos dois estão em 5 páginas desta edição, como uma contribuição de Investidor Institucional ao processo eleitoral da Abrapp.
Ainda nesta edição, continuamos acompanhando as definições dos fundos de pensão quanto à custódia das suas reservas. Uma das novidades é a Refer, fundação da CBTU, CPTM, Rede Ferroviária Federal, Flumitrens e do Metrô do Rio, que escolheu a Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) como custodiante dos seus investimentos. É a primeira cliente institucional da CBLC, que num primeiro momento não havia sido credenciada pela SPC para fazer o serviço. Decisão posterior da CVM, no entanto, qualificou-a para tanto.
Ainda na área da contratação de custodiantes pelos fundos de pensão, merece destaque a queda das taxas cobradas, que caíram de cerca de 2% ao ano em um primeiro momento e 0,009% ao ano nas últimas semanas. Com isso, fica claríssimo que a área de custódia é interessante apenas para os grandes players, que podem conseguir grandes volumes. Apenas grandes volumes podem tornar atrativa essa área, com essas taxas.