Crescimento inexpressivo | Volume de recursos sob gestão cresceu ...

Edição 132

Os números dessa nossa 11ª edição do Top Asset indicam, sem sombra de dúvidas, como foi difícil o semestre passado para a indústria de gestão de recursos. O crescimento pífio de 1,12% registrado entre junho e dezembro de 2002, aliado a baixas taxas de administração que vigoram principalmente entre os clientes corporativos e institucionais, explicam bem os motivos dos constantes movimentos de consolidação que tomaram conta da indústria nos
últimos tempos.
Várias assets que tinham vindo para o Brasil nos últimos anos, na perspectiva de que uma reforma da previdência pudesse abrir uma trilha de crescimento vigoroso para a indústria de gestão de ativos, desiludiram-se e venderam suas atividades. Isso fica claro examinando-se o número de gestores que participam de nossa pesquisa, que tem caído a cada edição. Nesta edição, são 72 gestores que responderam ao nosso questionário, as quais representam praticamente a totalidade da indústria. Há três anos eram 87 gestores que respondiam ao nosso questionário.
A visão dos especialistas nesse mercado é que a consolidação ainda não terminou. Nas atuais condições, de baixo crescimento do mercado e baixas taxas de administração, outros gestores devem jogar a toalha nos próximos meses. A única perspectiva de que esse rumo se inverta é que a indústria volte a crescer, pois só isso permitiria iniciar um processo de recuperação das taxas.
Não que as taxas possam voltar aos patamares de 1% ao ano para as carteiras de renda fixa, como chegou a ser nos últimos anos da década passada e como parecem sonhar alguns ingênuos. As taxas de administração têm caído no mundo todo e não apenas no Brasil, embora aqui tenham se tornado proporcionalmente piores, por causa da ausência de escala do nosso mercado.
Acreditamos que a reforma da previdência que está sendo gestada pelo novo governo, que limitará o benefício de aposentadoria do funcionalismo público e o obrigará a buscar um fundo de pensão para complementar sua aposentadoria, será o caminho que irá regenerar a indústria de gestão. Acreditamos que, feita essa reforma, em dois ou três anos sejamos, de novo, pelo menos 87 gestores no mercado. Isso é muito possível!