Bolsa em alta | Recuperação do mercado acionário já leva algumas ...

Edição 127

A alta do mercado acionário no mês de outubro, coincidindo com a gradativa mas firme queda da cotação do dólar, já começa a provocar boas expectativas no mercado. Embora no início de novembro o mercado acionário tenha andado um pouco de lado, resultado da ação de investidores que ganharam e estavam realizando lucro, os analistas acreditam que a tendência de alta do mercado permaneça nas próximas semanas, numa recuperação lenta e gradativa dos preços das ações.
Para muitos, o Ibovespa a 8 mil pontos é uma ótima oportunidade para formar posição em renda variável. Na nossa reportagem da página 24 mostramos como as altas recentes da Bolsa estão ajudando algumas fundações que compraram nos últimos meses a aproximarem-se de suas metas atuariais, desde que essas não sejam estabelecidas em IGP-M. Aliás, o salto do IGP-M em relação à inflação tem provocado uma enxurrada de novos fundos indexados a esse índice, que estão fazendo a alegria de muitas fundações e mesmo de investidores pessoas físicas.
Porém, o outro lado da moeda é que quem caiu na armadilha de adotá-lo como meta atuarial arranjou um grande problema. Com os rendimentos deste ano dos ativos, será praticamente impossível batê-lo. Além disso, do ponto de vista da lógica é completamente absurdo indexar-se os benefícios a um índice que não está repondo poder de compra mas apenas refletindo preços do mercado financeiro. Essa discussão, que já iniciamos nas edições passada, é retomada agora através do artigo de Alexandre Póvoa, à página 34.
Também nesta edição, em reportagem à página 26, contamos um pouco da história do homem que tem sido apontado como um dos mais influentes junto ao presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, principalmente quando se trata de discutir previdência. Velho conhecido dos que militam na área de fundos de pensão, o atual coordenador-adjunto da equipe de transição e ex-deputado federal Luiz Gushiken possui todas as credenciais para fazer com que a reforma previdenciária, dessa vez, avance para valer. Como sabem até as pedras, a reforma previdenciária, juntamente com a reforma tributária, é indispensável para que o governo recupere alguma margem de manobra. Sem ela, Lula corre o risco de ficar com as mãos e o orçamento atados.