Bakunin adoraria os bitcoins

Edição 294

Investidor Institucional é uma revista que, há 21 anos, busca auscutar com atenção os principais órgãos que compõem o corpo do mercado de investimentos profissionais para levar aos nossos leitores informações sempre relevantes, inovadoras e independentes. E na garimpagem dessas informações, que entregamos aos nossos leitores sempre na expectativa de que essas possam ajudá-los na tomada de decisões de investimento, muitas vezes nos deparamos com formas inovadoras e criativas que os agentes do mercado criam para gerar riqueza.
São formas que surpreendem, e as vezes sua beleza está justamente na sua simplicidade, a ponto de nos levar a perguntar porque não tinham sido adotadas antes por ninguém. Mas poucas vezes essa surpresa chega ao ponto de identificar algo realmente novo, como na entrevista que fiz com o principal executivo da Foxbit, uma Exchange dedicada exclusivamente a negociar bitcoins, a principal moeda digital do mercado.
Para mim, a conversa com João Paulo Oliveira, que criou há três anos essa empresa que deve movimentar neste ano mais de R$ 1 bilhão em transações com moedas digitais, abriu-me um mundo novo e que representa realmente uma mudança de paradigma. Os conceitos que ele desfia na entrevista ping-pong que publicamos na página 9 desta edição são realmente novos, não consigo avaliar se serão eles que irão se impor ou irão gerar outros conceitos mais adequados, se vão se impor com mais ou com menos rapidez, mas com certeza eles já começaram a mexer com os conceitos hoje vigentes na área de investimentos.
Um dos pontos mais interessantes dessa entrevista é quando Oliveira explica o conceito dos bitcoins e das outras moedas digitais, que existem, tem valor, são transacionadas e geram lucro mundo afora sem que nenhuma autoridade formal faça a regulação. A regulação é feita de maneira descentralizada, pela atuação conjunta e sincronizada de milhares de usuários espalhados pelo globo, que evitam mudanças de regras que beneficie uns em detrimento de outros. Também não estão sujeitas à ação de nenhum governo. Bakunin adoraria!