Edição 299
Esta edição de Investidor Institucional é a última de 2017, ano que encerra-se sem que a votação da reforma da previdência tenha acontecido. Essa foi uma das principais bandeiras do governo do presidente Michel Temer, contida na sua brochura intitulada “Ponte para o Futuro”, que usou para definir suas metas de governo e que lhe granjeou o apoio de boa parte do mundo empresarial e político na sua luta para chegar ao poder após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Entre os apoiadores do governo Temer, o mês de fevereiro de 2018 está sendo apontado como definitivo para a votação da reforma da previdência. O sucesso do governo de Mauricio Macri, da Argentina, em aprovar uma reforma da previdência nos estertores de 2017 deve ter animado os governistas brasileiros. Eles sabem que, sem uma reforma por mínima que seja, o País pode sofrer um downgrade das agência de classificação de rating e isso tanto compromete a incipiente recuperação econômica quanto os planos políticos do PMBD. Por isso, é bem provável que o governo de Michel Temer use todas as armas, incluindo verbas de emendas parlamentares e dinheiro de fundo partidário, para conseguir apoios à reforma que pretende votar em fevereiro. Há chances, mas há sobretudo riscos nessa estratégia.
Esta edição de Investidor Institucional também traz uma pesquisa feita junto a 43 gestores de recursos que indicaram suas expectativas em relação a vários indicadores macro e de alocação de recursos. Podemos dizer que, na média, o mercado acredita que teremos um pouco mais de inflação em 2018, mas dentro do centro da meta, crescimento de 2,7% do PIB e juros estáveis ou ligeiramente superiores aos patamares atuais. Em relação à alocação de recursos, os gestores avaliam que fundos multimercados e de ações devem ser as principais opções dos investidores para o ano que vem.
A renda fixa, com exceção de crédito privado, vai ser a opção menos demandada pelos investidores, uma vez que os títulos indexados estarão pagando juros reais muito baixos no ano que vem. Mas crédito privado, com o fechamento da torneira do BNDES, também deve ser uma boa opção para os investidores no ano que vem.