A incerteza da guerra | A duração da guerra é o ponto central de ...

Edição 133

A guerra dos Estados Unidos/Inglaterra contra o Iraque é hoje a principal fonte de inquietação no mundo, ponto central de todas as análises econômicas e de todas as decisões de investimento do mundo empresarial. Não é para menos, uma vez que o Iraque possui a segunda reserva de petróleo do mundo e a duração da guerra naquele país, por um lado, assim como a extensão dos estragos que ela causar, por outro, podem afetar significativamente a disponibilidade e o preço desse commodity internacionalmente. E, como todos sabem, o preço do barril de petróleo impacta diretamente os custos empresariais, o ritmo de expansão das economias nacionais e os níveis de inflação nos países.
Além disso, o envolvimento dos Estados Unidos nessa guerra, no momento em que sua economia já mostrava sinais bastante claros de dificuldades para retomar as taxas de crescimento econômico que foram a sua marca nos anos 90, também preocupa os mercados. Se, mesmo antes da guerra, a perspectiva de retomada do crescimento era incerta quanto à data, com a guerra tornou-se ainda mais incerta. Se essa guerra, que os Estados Unidos iniciaram como se fosse um passeio a fazer no Iraque, se prolongar com a resistência dos iraquianos, essa incerteza vai tornar-se cada vez maior.
Nesse cenário, ao qual devemos somar a reação contrária à guerra manifestada por populações e alguns governos de várias partes do mundo, aplica-se a famosa lógica de que o capital é covarde e foge dos ambientes hostis. Países em desenvolvimento podem vivenciar uma nova escassez de recursos externos, que pode afetar duramente aqueles que necessitam desses recursos para fechar seus balanços de pagamento. A recente notícia de que o Brasil havia alcançado um superávit fiscal de cerca de 7% em março, junto com as boas notícias de que exportações crescem em ritmo constante, podem diminuir as vulnerabilidades do Brasil.
De qualquer forma, não há quem não esteja pensando na guerra e tentando entender como ela irá impactar seus negócios e seus ativos. Os fundos de pensão, por cautela, estão cada dia mais conservadores em termos de investimento, reduzindo sua exposição ao risco, como mostra nossa reportagem à página 18.
Outro tema desta edição refere-se ao ranking Top Broker, o primeiro a segmentar as corretoras de valores por tipo de mercado e por tipo de cliente. Acreditamos que esse ranking será de grande utilidade para nossos leitores.