A agonia não acabará rápido

Edição 280

Nos dias em que esta edição de Investidor Institucional estava sendo fechada, o tema principal não era nem o desemprego, nem a inflação, nem o dólar caro, mas a possibilidade de afastamento do cargo da presidente Dilma Rousseff. A comissão encarregada de analisar e votar a admissibilidade do processo de impeachment aprovou no dia 11 de abril, por 38 votos a favor e apenas 27 contra, a admissibilidade do impeachment. A votação pelo plenário da Câmara foi marcada para o dia 16 de abril, um domingo, quando esta edição já deve estar sendo impressa na gráfica.
Nunca se viu ambiente tão carregado, o que torna os acenos de ambos os lados nos dias que antecedem a votação em plenário, apontando para a conciliação e o diálogo já nos dias pós-votação, talvez não uma cortina de fumaça mas provavelmente uma quimera sem qualquer viabilidade prática. Nem petistas e movimentos sociais estarão dispostos a dar trégua a Michel Temer se o afastamento de Dilma realmente ocorrer nem as alas mais radicais do PSDB e PMDB, assim como o DEM inteiro, estarão dispostos a dar trégua a Dilma na hipótese, pouco provável nesse momento, dela vencer. Assim, parece que a agonia prosseguirá mesmo após a decisão do plenário da Câmara.
A ironia é que talvez a economia já esteja dando alguns tímidos sinais positivos, com a inflação começando a ceder e o preço de algumas commodities começando a se recuperar. Um desarmar de espíritos seria altamente benéfico para o País, quer ganhe um lado ou o outro.
Nesta edição trazemos o ranking dos Melhores Fundos para Institucionais, no qual foram analisados 694 fundos, dos quais 223 foram classificados como Excelentes, 183 como Adequados e 288 como insuficientes segundo a avaliação da Luz Soluções Financeiras. O gestor com o maior número de fundos Excelentes foi o Itaú, com 26, seguido pela BB DTVM e Santander com 24 cada e pelo Bradesco com 23. Para Marcello Siniscalchi, diretor de investimentos da Itaú Asset, a performance da gestora deve-se à sua postura mais conservadora e focada no curto prazo.
Esta edição de Investidor Institucional traz também as conclusões da CPI dos fundos de pensão, que recomendam algumas mudanças no funcionamento dessas entidades previdenciárias, com mais transparência e ganhos de governança.