O imediatismo dos burocratas

Edição 10

O ataque à imunidade tributária, que os fundos de pensão gozam por força de lei e que alguns setores do governo querem eliminar na ânsia de aumentar a arrecadação, pode ser caracterizado como um desses casos típicos em que se priorizam as conveniências imediatas em detrimento do futuro. A mudança nas regras, com o jogo em andamento, pode tornar-se uma fonte de desconfiança para os participantes dos fundos, que eventualmente poderiam afastar-se desse campo. Assim, ao invés de uma fonte de recursos regulares e de longo prazo, os fundos poderão tornar-se uma mina seca.
Os que insistem na tributação devem entender que os fundos de pensão gozam da imunidade tributária em virtude da sua natureza especial, de entidade formadora de poupança de longo prazo e garantidora da complementação da aposentadoria para milhões.
Nos países de economia mais avançada, os fundos de pensão são vistos como grandes instrumentos de promoção de investimentos em diferentes setores da economia e também da democratização do capital. Através deles, milhões de trabalhadores passam a possuir ações das empresas nas quais trabalham ou de outras nas quais jamais sonharam pisar. Isso acaba sendo um possante dinâmo da economia. Tomara que a burocracia oficial não acabe com ele.