O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda de 0,79% nesta quarta-feira (17/12) aos 157.327,26 pontos, em um movimento de correção após o índice ter renovado máximas históricas de fechamento nas sessões anteriores. O desempenho negativo refletiu principalmente o aumento das incertezas no cenário político e fiscal doméstico, levando os investidores a reduzir posições em ativos de risco.
A queda foi pressionada por informações de que a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à Presidência da República em 2026 teria perdido força. O mercado também reagiu à aprovação, na madrugada, do texto-base de um projeto de lei que reduz benefícios fiscais em 10%. A proposta retoma pontos da chamada “taxação BBB”, que envolve a tributação de bancos, empresas de apostas esportivas (bets) e contribuintes de alta renda.
Além disso, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a leitura de que os juros devem permanecer elevados por mais tempo, o que tende a pressionar o valuation das ações. Com isso, o Ibovespa passou a acumular queda de 1,10% em dezembro. Na semana, em três sessões, a perda chega a 2,13%. No ano, porém, o índice ainda registra alta de 30,80%.
Já o dólar à vista encerrou o dia em alta de 1,07%, cotado a R$ 5,5223, emplacando a quarta valorização consecutiva frente ao real e voltando a superar o patamar de R$ 5,50. Apesar do movimento recente, a moeda norte-americana ainda acumula queda de 10,63% no ano.
A alta do dólar refletiu o aumento das preocupações com o cenário político brasileiro, especialmente em torno da possível candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL) à Presidência em 2026. No exterior, a divisa norte-americana também manteve ganhos, em um dia marcado por falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) e declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em meio a uma agenda doméstica esvaziada de indicadores.