
Os acionistas da Tesla aprovaram na última quinta-feira (6/11), por 75% dos votos a favor, um plano de remuneração ao CEO da empresa, Elon Musk, avaliado em até US$ 1 trilhão (R$ 5,35 trilhões) em dez anos. O pagamento está condicionado ao cumprimento de metas de desempenho ambiciosas ao longo desse período.
As principais metas são: elevar a capitalização de mercado da Tesla para cerca de US$ 8,5 trilhões; vender 20 milhões de veículos elétricos por ano; colocar em operação 1 milhão de táxis autônomos ou “robotáxis”; produzir e comercializar cerca de 1 milhão de robôs humanoides da linha “Optimus”.
Segundo informações divulgadas pela Tesla, o plano visa reter e motivar Musk, cuja liderança e visão futurista — envolvendo veículos elétricos, robótica e inteligência artificial — são consideradas críticas para o destino da empresa. O fato do plano de remuneração estar vinculada a marcos extremamente desafiadores foi apresentado como forma de alinhar os interesses de Musk com os dos acionistas.
Apesar da aprovação massiva, o plano gerou críticas significativas. O fundo soberano da Noruega (Norges Bank Investment Management), um dos maiores investidores institucionais da Tesla, votou contra citando preocupações sobre diluição de acionistas, riscos concentrados em um único executivo (“key-man risk”) e tamanho excessivo da remuneração.
Outro que votou contra foi o CalPERS, um dos maiores fundos de pensão dos Estados Unidos, que alegou que o plano “não é consistente com os princípios de remuneração responsável e sustentável”.
Duas importantes consultorias globais de voto corporativo, a Glass Lewis e a Institutional Shareholder Services (ISS), que orientam os investidores institucionais, recomendaram o voto contrário, alegando que o plano não estabelece critérios de desempenho suficientemente equilibrados e cria uma dependência excessiva de Musk.
Analistas avaliam que se Musk atingir todos os objetivos e fizer jus à remuneração, sua participação na Tesla poderá subir para cerca de 25% ou mais da companhia.