Edição 22
O Credibanco está oferecendo um novo tipo de fundo de investimento
para as fundações
O Credibanco está oferecendo um novo tipo de fundo de investimento
para as fundações, que é diferente dos muitos que surgem
semanalmente no mercado pelo simples fato de que não cobra taxa fixa
de administração. Cobra uma taxa de performance, representada por 50%
do que exceder o Ibovespa. Ou seja, daquilo que ultrapassar o
benchmark, o cliente fica com a metade e os administradores com a outra
metade.
O fundo é baseado no modelo de portfólio desenvolvido pelo professor
Robert Haugen, da Universidade da Califórnia, o mesmo que teve a
ousadia de afirmar aos administradores de ativos dos Estados Unidos que
o mercado era ineficiente, e que se devia procurar superar os benchmarks
e não segui-los. Com essa tese, Haugen contrariou muita gente que
defende a tese de que o mercado é mais eficiente que os administradores
isoladamente, por isso se deveria buscar segui-lo.
Ineficiências – Segundo a teoria de Haugen, o administrador deve buscar
descobrir as ineficiências do mercado, para ganhar com elas. Ele deve
procurar as ações sub-avaliadas e fugir das super-avaliadas, estejam ou
não dentro de benchmarks. O seu modelo de carteira, que chama de
portfólio indexado melhorado, utiliza 58 itens de análise estrutural, entre
eles o valor patrimonial das empresas, a evolução do preço das suas
ações e os volumes normalmente transacionados no mercado.
Observando o conjunto desses ítens, o administrador pode encontrar
verdadeiras super-ações, ou super-pechinchas. Nos Estados Unidos, já há
55 fundos mútuos montados sobre esse modelo, e eles tem conseguido
superar seus respectivos benchmarks.
O modelo dos portfólios melhorados foi trazido para o Brasil por Mauro
Halfeld, um pesquisador do mercado financeiro que se tornou o seu
representante no país. Halfeld visitou várias fundações apresentando o
modelo do professor norte-americano e descobriu que elas tinham
interesse no produto. Como não tinha como montar um fundo, recorreu ao
Credibanco e fizeram uma parceria, na qual a empresa de Halfeld – que
leva o seu nome – entraria com a tecnologia de gestão do portfólio
melhorado enquanto o Credibanco daria a estrutura de captação e
administração.
“O modelo dos portfólios melhorados permite montar uma super-carteira,
que poderá ganhar do Ibovespa já no primeiro mês de operação”, garante
Halfeld. “Para conseguir isso, basta usar o modelo de busca das
ineficiências. E elas existem. Se o Haugen encontra ineficiências no
mercado norte-americano, no mercado brasileiro, então, é um delírio”.
Baseado no modelo de Haugen, a Halfed vai montar as carteiras com as
ações que a comporão, a qual será administrada pelo Credibanco. “O
Mauro me dará a carteira e eu farei as aplicações”, afirma o diretor de
Asset Management do Credibanco, Fábio Colombo. Segundo ele, esse
fundo não usará derivativos para alavancagem.
O Credibanco, que administra R$ 760 milhões em recursos de terceiros –
dos quais RS$ 250 milhões de fundos de pensão –, já apresentou o
produto a cerca de 30 fundações e deve ampliar o número nas próximas
semanas. “As fundações brasileiras estão reagindo muito bem”, garante
Colombo.