11-02-2016 – 16:49:04
O procurador-geral de Nova York, Eric Schneiderman, anunciou nesta quinta-feira, 11 de fevereiro, um acordo de US$ 3,2 bilhões com o Morgan Stanley por conta de “práticas enganosas” realizadas pelo banco que antecederam a crise financeira do subprime em 2008. O acordo foi negociado através de um grupo de trabalho do governo americano criado em 2012 para investigar irregularidades no mercado de títulos lastrados em hipotecas antes da crise financeira.
O acordo prevê que o banco ofereça auxilio para os moradores de Nova York, que vai incluir a redução nas taxas de empréstimos para ajudar moradores a evitarem a execução da hipoteca de suas casas, e a criação de fundos para estimular a construção de habitações mais acessiveis. Parte dos recursos também será destinada para a compra de imóveis que estão sem locatários, para evitar que eles sejam adquiridos por “investidores predatórios”.
“O acordo é mais uma vitória em nossos esforços para ajudar os nova-iorquinos após a devastação financeira causada pelos grandes bancos”, disse o procurador-geral Schneiderman, em comunicado. O acordo descreve como o Morgan Stanley, nas conversas com o grupo de trabalho, defendeu a qualidade dos empréstimos hipotecários que foram securitizados e vendidos para investidores. No entanto, ao contrário do alegado pelo banco, foram detectadas evidências que comprovaram que a instituição financeira sabia que estava vendendo produtos com potencial para causarem danos mais à frente.
O banco reconheceu que aumentou os níveis de risco além dos limites aceitáveis em sua área de empréstimos securitizados, o que o levou a comprar ativos de alto risco. Em uma troca de e-mails em maio de 2006, o chefe da equipe do Morgan Stanley encarregada de fazer a diligência do valor das propriedades sob empréstimo hipotecário pediu a um colega para não mencionar a tolerância de risco “ligeiramente maior” nos comunicados. “Estamos trabalhando fora do radar e não queremos documentar esse tipo de coisa”, diz o e-mail.
O Morgan Stanley admitiu ainda que a securitização de alguns empréstimos não tinham fatores de compensação adequados, e tampouco haviam seguido as diretrizes estabelecidas para subscrição de ativos. O banco também reconheceu a compra e securitização de empréstimos que a equipe de crédito e compliance havia recomendado que fossem evitados, mas que foram adquiridos após a equipe de finanças do banco decidir que se tratava de um “risco aceitável”.