07-12-2015 – 13:33:52
O prefeito de Nova York Bill de Blasio defendeu a venda das participações remanescentes dos fundos de pensão dos servidores municipais em empresas de armas, disse em um comunicado publicado na semana passada. O posicionamento do prefeito foi divulgado na mesma semana de um novo massacre nos EUA, desta vez, na cidade de San Bernardino, na Califórnia, onde morreram 14 pessoas em um atentado em um centro comunitário.
Dos cinco fundos de pensão de Nova York, que totalizam patrimônio de US$ 162,9 bilhões, três deles ainda mantêm investimentos na indústria bélica, incluindo participação nas Forjas Taurus – empresa fundada no Brasil e que conta mantém fábrica nos EUA desde a década de 80. Após o massacre de Sandy Hook, em Newtown, em dezembro de 2012, a municipalidade já tinha orientado os fundos de pensão para resgatar os ativos aplicados em fábricas de armas e munição.
Apesar disso, algumas entidades permaneceram com investimentos no segmento bélico, como é o caso do fundo de pensão dos policiais de Nova York. O fundo mantém participação de US$ 9,97 milhões nas seguintes empresas: Alliant Techsystems, Olin, Smith&Wesson e Sturm, Ruger, além das Forjas Taurus. O mesmo acontece com os fundos dos bombeiros e o dos funcionários de educação de Nova York.
“Chamo todos os fundos de pensão públicos de Nova York e de todo o país a desinvestir imediatamente de fundos que incluem fabricantes de armas, como é o caso do grupo Freedom, que produziu as armas usadas no massacre de Sandy Hook. Todo investimento de private equity nestas companhias deveriam acabar imediatamente”, disse Blasio. O prefeito explica que é o investimento público e privado que ajudam a colocar as armas nas mãos de assassinos. Ele defende que as armas sejam fornecidas apenas para as forças militares e não para a população civil.
O fundo de pensão dos professores de Nova York decidiu desinvestir seus recursos no segmento bélico em fevereiro de 2013. Na época, o fundo mantinha US$ 13,5 milhões em ações nas mesmas empresas investidas pela entidade dos policiais, incluindo as Forjas Taurus.
Previ Banco do Brasil – O fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, Previ, mantém investimentos nas Forjas Taurus. Porém, devido à adoção de princípios ESG (Enviromental, Social and Governance) tem a orientação de se desfazer de participações nos setores de tabaco e armas. Por isso, a fundação pretende vender sua participação de 17,59% (março de 2015) nas Forjas Taurus, segundo Marcel Barros, diretor de seguridade da Previ e coordenador do programa ESG da fundação.