Bancos pequenos e médios da América Latina devem ter ratings reba...

17-07-2015  –  16:58:12

 

As condições menos favoráveis para as economias da América Latina – com menor crescimento, perspectivas globais menos favoráveis e queda das commodities – se refletem em retração dos empréstimos e piora na qualidade dos ativos dos bancos, e deve levar a um rebaixamento dos ratings de instituições financeiras de pequeno e médio porte da região, prevê a Standard & Poor’s. Os bancos latino-americanos com perspectiva negativa, destaca a agência, representam 19% do total sob sua cobertura, e se concentram na Argentina, Brasil e Peru. Ela ressalta que, desde a crise de 2008, onze bancos faliram na região, principalmente no Brasil. “Contudo, grande parte desses bancos era muito pequena e não provocou contágio sistêmico, graças, em parte, às ações  regulatórias prudentes”, escreve o analista Jose Perez-Gorozpe, em relatório. Estão na lista Cruzeiro do Sul, Prosper, Panamericano, Schahin, Morada, BVA, Rural e Oboé.

Os bancos do Brasil, diz a S&P, têm operado diante de fracas perspectivas de crescimento econômico, ao mesmo tempo em que a carga fiscal da dívida soberana segue alta. Ainda assim, a agência espera que o sistema financeiro brasileiro entre em uma fase de correção nos próximos 12 a 18 meses, sendo que o sucesso está atrelado a medidas do governo para restaurar a credibilidade. O ambiente econômico esperado para os próximos anos, com o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, do custo de captação, e com desvalorização do câmbio local, tende a restringir o fluxo de crédito para os participantes do mercado na América Latina, prevê a S&P. A agência destaca ainda que estão mais expostos a um possível rebaixamento bancos em países que registraram taxas agressivas de crescimento do crédito, ou aquelas instituições cujo portfólio é voltado para segmentos cíclicos ou com alta exposição ao dólar.

Por outro lado, a S&P entende que os grandes bancos da América Latina irão permanecer resilientes às condições dífíceis dos próximos dois anos. Isso por conta de sua boa rentabilidade e capitalização, e às sólidas provisões para créditos de liquidação duvidosa. “Também consideramos que as práticas de concessão de crédito mais conservadoras  desses bancos do que aquelas dos seus pares menores oferecem um colchão diante do  enfraquecimento econômico”, escreve Perez-Gorozpe.