Aumenta diferença entre INPC e IPCA em 2015, aponta Aditus

17-07-2015  –  13:05:51

 

Apesar da recorrente divergência entre os índices de inflação INPC e IPCA, a distância entre os dois indicadores no primeiro semestre de 2015 é bem maior que a média verificada em anos anteriores. O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) ficou em 6,80% nos primeiros seis meses do ano, enquanto o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), atingiu 6,17% no mesmo período. A diferença portanto ficou em 0,63%, bem maior que no primeiro semestre de 2014, quando o spread favor do INPC ficou em apenas 0,04%. O mesmo se verificou em 2013, quando o INPC foi 0,15% maior que o IPCA na primeira metade do ano, aponta estudo divulgado pela consultoria Aditus.

Em geral, os gestores de planos de benefícios de fundos de pensão não se preocupam tanto com as diferenças entre os dois índices, pois no resultado anual, a tendência é que haja convergência. Nos anos de 2013 e 2014, por exemplo, o IPCA do segundo semestre foi maior que o INPC, compensando a diferença verificada no primeiro semestre. O problema é que a diferença na primeira metade do ano é bem maior que nos anos anteriores. “A diferença atual entre os índices, considerando janelas de seis meses, é bastante significativa. Observando a série passada, a diferença é bastante superior à que comumente se observa”, diz o estudo.

A preocupação é agravada pois a maioria das metas atuarias dos planos de benefícios estão atreladas ao INPC. Dos planos do tipo benefício definido (BD), 84% utilizam o INPC e apenas 13%, o IPCA, segundo base de clientes da Aditus. Já nos planos de contribuição variável (CV), 89% usam o INPC e apenas 5%, o IPCA. Por outro lado, as NTN-Bs, que compõem boa parte das carteiras de ativos dos planos BD e CV, estão indexadas ao IPCA. Ou seja, se for mantida a diferença a favor do INPC até o final do ano, os planos de benefícios terão dificuldade adicional para bater suas metas atuariais. “Embora a distribuição passada sugira uma diminuição da diferença até o final do ano, não se pode afirmar que a mesma convergirá a zero tão rapidamente”, diz o estudo.