10-07-2015 – 13:04:21
Embora ainda não tenham sido notificados formalmente, dirigentes e ex-dirigentes do Postalis, incluindo membros do conselho, tiveram seus bens indisponíveis por determinação da Justiça Federal após investigação envolvendo a compra de um terreno em Cajamar (SP). Entre os executivos que tiveram os bens bloqueados está o atual presidente do Postalis, Antônio Carlos Conquista.
De acordo com relatório da Previc obtido pela InvestidorOnline, o fundo de pensão dos Correios adquiriu o imóvel (terreno e construção) da empresa Latam Real State Brasil Empreendimentos Imobiliários por R$ 194,9 milhões, segundo escritura lavrada em 2014 – cerca de R$ 23 milhões pelo terreno e R$ 172 milhões no prédio. O relatório diz ainda que a Latam adquiriu o terreno da Piazzano Empreendimentos Imobiliários em 2012 por R$ 41,7 milhões. Fontes familiarizadas com o assunto dizem que o valor total, do terreno e o prédio, pago pela Latam foi de aproximadamente R$ 150 milhões. Já a Piazzano havia adquirido o imóvel de uma pessoa física em 2011 por R$ 10,9 milhões.
A Previc constatou que a taxa de retorno do imóvel locado aos Correios é inferior ao mínimo atuarial. Enquanto o contrato de locação estabelece o valor de R$ 1,75 milhão mensais de aluguel, o valor mínimo à vista da meta atuarial relativa ao investimento é de R$ 2 milhões, segundo dados de 2013. Portanto, o valor do aluguel não permite obtenção de rentabilidade igual ao mínimo atuarial necessário para garantir o equilíbrio do plano de benefício definido (BD) do Postalis.
Até a publicação desta nota, o Postalis e seus dirigentes não se posicionaram, pois alegaram que ainda não receberam nenhuma notificação oficial referente ao bloqueio de bens.