Empresas brasileiras não priorizam planos de previdência, diz SPP...

03-07-2015  –  19:03:59

 

Estudo da Gama Consultores Associados encomendado pela Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC) do Ministério da Previdência Social (MPS) revela que os benefícios de previdência complementar têm baixa relevância na política de recursos humanos das empresas. Das 129 empresas que responderam o questionário, 45% dos respondentes, a oferta de um plano de previdência complementar aparece no último lugar entre as prioridades da empresa. O questionário pedia para a empresa elencar as cinco principais prioridades. Para 10% das empresas, o plano de previdência não foi elencado entre as prioridades.

De acordo com José Edson da Cunha, secretário-adjunto da SPPC, fica claro após analisar os resultados que o caminho para ampliar o número de empresas que oferecem os planos é divulgar de forma clara os atrativos da previdência complementar. “Há uma desinformação sobre esses conceitos, e a previdência complementar é de fato um pouco complexa. Concluímos que a principal conclusão é que precisamos de um programa de educação financeira e previdenciária muito claro para divulgar os atrativos do setor”, diz Cunha.

A pesquisa mostra que apenas 18% dos respondentes afirma ter elevado conhecimento sobre previdência complementar, porém, 20% desse total não sabem a diferença entre os segmentos aberto e fechado. Outro dado mostra que 38% das empresas já realizaram estudos para oferecer planos de benefícios. Desse total, 75% manifestaram interesse em oferecer planos de previdência.

A principal razão impeditiva das empresas em oferecer esses produtos é a financeira, segundo o levantamento, sendo o custo elevado dos planos apontado como barreira por 93% das respostas. Para isso, José Edson reforça que as empresas desconhecem benefícios tributários ao ofereceram planos. O executivo diz ainda ter identificado a importância da busca por ajustes na tributação dos participantes.

Instituídos

Apesar do numero de instituidores de planos ter crescido significativamente entre 2005 e 2009, esses planos caíram nos anos seguintes, tendo um grande número de saídas em 2012. Um dos fatores que desestimula o crescimento desse tipo de plano é o desconhecimento por parte das entidades de classe, com 47,6% dos entrevistados afirmando não saber da possibilidade de criarem um plano de benefícios exclusivo aos seus associados.

Além disso, o setor o excesso de burocracia do regime de previdência complementar no Brasil é um obstáculo para 38,1% dos respondentes, enquanto 57,1% acreditam que o principal ponto a ser melhorado no setor é a ampliação dos benefícios fiscais para o regime. Isso está sendo trabalhado pela SPPC, que trabalha em um projeto e lei que cria tributação alternativa que incidiria sobre os rendimentos das reservas e não sobre a totalidade do benefícios dos planos.