XP Gestão firma parceria com Venko para distribuir multimercado

15-04-2015  –  15:10:22

 

A XP Gestão anunciou nesta quarta-feira (15/4) a abertura para captação de um fundo que vai investir em jovens gestoras de recursos que estejam próximas de seu break-even operacional. Por se tratar de um produto com uma tese de investimento com a qual os institucionais ainda não estão familiarizados, a XP Gestão optou por firmar uma parceria com a distribuidora Venko Investimentos, que vai fazer a distribuição do fundo junto aos fundos de pensão. A Venko é uma distribuidora independente liderada por Adolfo Alviço Jr. (ex-BBM) e Osvaldo Voasconcelos (ex-Bradesco).

O fundo é um FIC, e entra nas carteiras das fundações como um fundo multimercado – dentro do limite dos 10% disponíveis para multimercados estruturados. O prazo de investimento do fundo é de seis anos, sendo os dois primeiros para os aportes nas gestoras selecionadas, que deve variar entre cinco a oito assets. A XP tem a intenção de, até outubro, ter selecionado três delas. Pelo ‘seed money’ a ser aportado, o fundo da XP terá uma participação minoritária, de cerca de 30% em cada gestora.

“A atratividade desse produto para os gestores aumentou enormemente a partir da reeleição da presidente Dilma, tendo em vista o ambiente de mercado e a dificuldade de captação por conta da fuga de ativos de risco por parte dos investidores”, afirma Patrick O’Grady, CEO da XP Gestão. “O nível de preço dos ativos é bastante favorável”, acrescenta o executivo.

Embora o foco seja as gestoras novas, a equipe das assets que estarão no fundo terá em sua formação nomes que já tenham um histórico reconhecido no mercado, com passagens por grandes casas. “Buscamos talentos provados, esse é um negócio de capital intelectual”, pondera O’Grady.

Além da rentabilidade oriunda das estratégias das gestoras propriamente, a partir do quarto ano o investidor passa a receber também um pagamento via dividendos relativo à participação societária. E ao fim do prazo de investimento, há também o retorno com a venda dessa participação no mercado. “O principal investido já começa a ser recebido muito antes do que um fundo de private equity tradicional, o que confere um padrão de liquidez maior para o produto”.

A XP Gestão já têm acordos de confidencialidade firmados com quatro gestoras, que estão no momento em processo de diligência. Duas delas atuam na renda variável, e as outras duas com multimercados macro.

A XP Gestão vai buscar contribuir em pontos estratégicos para maximizar as chances de sucesso das gestoras investidas, como no desenho do plano de negócios, de uma área de controle de riscos, e mesmo na análise de qual o posicionamento mais favorável a ser adotado tendo em vista o momento de mercado. “O risco do produto está mais associado ao de um fundo de fundos, mas o potencial de apreciação é de private equity, ou mesmo de venture capital, já que são gestores em fase inicial”, diz O’Grady.

O veículo foi estruturado para aceitar dois perfis diferentes de investidor. Para aquele que decidir por um aporte maior, a XP fará as chamadas de capital de maneira gradual; e para o investidor que preferir o ticket mínimo, de R$ 1 milhão, a gestora vai chamar todo o capital no início, que será rentabilizado via CDI, e fará os aportes nas selecionadas conforme as oportunidades forem surgindo. A expectativa é que o fundo capte R$ 400 milhões até junho.

O fundo tem uma taxa de administração de 1,25% ao ano, e um prêmio de performance ao fim do período de investimento de 20% sobre IPCA mais 7%.