Edição 227
O empresário Ricardo Mansur foi condenado pela Justiça Federal em dois processos criminais
O empresário Ricardo Mansur foi condenado pela Justiça Federal em dois processos criminais a uma pena total de 11 anos e meio de prisão por gestão fraudulenta da Mappin Previdência Privada (MPP) e do Banco Crefisul. As irregularidades na administração do fundo de pensão dos funcionários do Mappin são responsáveis pela pena de seis anos, mais da metade do total. A sentença foi proferida pelo juiz Marcelo Costenaro Cavali, da 6.ª Vara Criminal Federal em São Paulo.
O empresário ainda pode recorrer da sentença em liberdade. No caso do Crefisul, os prejuízos globais a terceiros, segundo apuração do Banco Central, são estimados em R$ 407,5 milhões. Na questão da MPP, as fraudes atribuídas a Mansur e a outros dois dirigentes, também condenados, ocorreram nos anos de 1998 de 1999. Os recursos do fundo de pensão investidos em ações da própria patrocinadora excediam os limites do enquadramento legal. A procuradoria apontou nove operações que caracterizaram concentração ilegal do capital da MPP em companhias do empresário, que foram se agravando nos últimos anos antes da liquidação do Mappin.
Em 1998, por exemplo, o fundo de pensão concedeu à sua principal patrocinadora, Mappin Departamentos, empréstimo de R$ 1,13 milhão sem exigir garantia idônea em caso de inadimplemento. Naquele ano a MPP adquiriu R$ 17,3 milhões em ações da Casa Anglo Brasileira com valores acima do mercado. Mansur não ocupava cargo formalmente no fundo de pensão, mas isso não o livrou da condenação. Era ele quem determinava