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Por unanimidade, Copom decide elevar taxa Selic para 12,25%

banco central1O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (11/12), em decisão unânime, aumentar em um ponto percentual a Selic, colocando-a no patamar de 12,25%. Trata-se da elevação mais substancial e a terceira consecutiva da taxa básica da economia, que já havia subido de 10,5% para 10,75% em agosto, e depois para 11,25% em novembro.
Votaram a favor da decisão o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os oito diretores da instituição. Com isso, o Copom deixa evidente o momento de maior precaução no cenário econômico brasileiro, após uma sequência de cortes na taxa Selic, que durou de agosto de 2023 a maio desse ano, seguida de duas manutenções em 10,5%, em junho e julho.
O comunicado divulgado pelo Comitê aponta que o “ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed“.
O comunicado afirma que “os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentesâ€.
Sobre o cenário interno, o comitê considera que “o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, com destaque para a divulgação do PIB do terceiro trimestre, que indicou abertura adicional do hiato. A inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta para a inflação e apresentaram elevação nas divulgações mais recentesâ€.
O Copom ainda aponta fatores de risco nos cenários para inflação, em ambas as direções, destacando entre os riscos de alta: (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais positivo; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Já entre os riscos de baixa, ressaltam-se: (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, dinamismo acima do esperado na atividade e maior abertura do hiato do produto, o que exige uma política monetária ainda mais contracionistaâ€, afirma.