Mainnav

Próximo presidente da Abrapp terá mandato tampão de dois anos

Luis Ricardo Martins2O próximo presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), a ser eleito no final deste ano para um mandato tampão de dois anos, será o último escolhido por votação direta das associadas. Em assembléia realizada no último dia 7 de abril a Abrapp aprovou várias mudanças na estrutura e organização da entidade, entre as quais a contratação de um executivo de mercado para assumir a presidência da casa a partir de 2025.
O próximo presidente da Abrapp, que vai substituir o atual, Luís Ricardo Marcondes Martins, ainda seria escolhido diretamente pelos associados mas para um mandato de apenas dois anos, indo do início de 2023 até o final de 2024 –um ano a menos do que os mandatos de três anos dados aos presidentes da associação até aqui, sem direito à reeleição. Durante esse mandato tampão o eleito teria a missão de preparar as novas regras para a seleção e contratação do seu sucessor, um gestor profissional. “O meu nome não estará na disputa nas eleições para esse mandato tampão, também não pretendo entrar no processo seletivo que escolherá o presidente profissionalizado”, assegurou Martins. “Minha contribuição ao sistema de previdência, eu já dei”.
A assembléia que chancelou a mudança no modelo de escolha do presidente da entidade, adotando um processo de seleção entre profissionais de mercado, estabeleceu também algumas regras para a escolha do próximo eleito que exercerá o mandato no período de transição. Entre outras exigências, a chapa pela qual ele concorrerá terá que contar, obrigatoriamente, com representantes de entidades de pequeno, de médio e de grande porte, assim como terá que ser composta por entidades vinculadas tanto à Lei Complementar 108 (patrocínio público) quanto 109 (patrocínio privado). “Terá que ser uma chapa, obrigatoriamente, heterogênea”, afirma Martins. "Terá que representar todo o sistema".
Outras mudanças definidas na assembléia do dia 7 de abril foram que o Conselho Administrativo da entidade será reduzido de 25 para 15 membros e as regionais Leste e Sudeste serão fundidas, diminuindo o número de regionais de seis para cinco (Leste+Sudeste; Centro-Norte; Nordeste; Sudoeste; Sul). Cada uma das cinco regionais, ao invés de ter dois diretores, passará a ter apenas um diretor e um suplente. E o Sindapp, atualmente parte da estrutura da Abrapp, não será incluído no novo desenho, limitando-se às atividades sindicais conforme prevê a legislação.
O novo desenho também deve incluir, além da Abrapp, as estruturas que ela desenvolveu nos últimos anos, como a Uniabrapp e a Conecta, por exemplo. “Todas as estruturas estão incluídas na reestruturação (...), a modernização com profissionalização segue diretriz do planejamento estratégico”, explica Martins. 
O planejamento estratégico que resultou no novo desenho da Abrapp, aprovado em assembléia há duas semanas, começou a ser defindo logo após a eleição de Martins para seu segundo mandato. As mudanças contaram com a assessoria da Kolme, uma firma de assessoria que nos últimos seis meses tem debatido as alterações com os vários grupos da Abrapp e com suas estruturas. A Kolmes tem como sócios Luiz Felix de Freitas e Leonardo Faletti, ambos ex-gerentes executivos da Previ, o primeiro entre 1997 e 2014 e o segundo entre 1995 e 2009.
As mudanças foram aprovadas por ampla maioria na assembléia do dia 7 de abril, segundo Martins. “Os processos democráticos nunca chegam à unanimidade, mas a aprovação foi por ampla maioria", afirma ele.