Edição 255
No decorrer de seus quase 30 anos de atuação na Forluz, Rodrigo Eustáquio Barata, diretor de investimentos no fundo de pensão da Cemig, acompanhou boa parte do desenvolvimento de um patrimônio que, hoje, está em torno de R$ 12,5 bi. Sua carreira na Cemig, patrocinadora do fundo, teve início em 1984, na área de engenharia elétrica. Após 6 meses, Barata passou a colaborar na Forluz como analista financeiro. Desde então, Rodrigo tem passado por diversos marcos da economia brasileira, desde o Plano Cruzado, em 1986, até o atípico ano de 2013 que, segundo o diretor, foi completamente imprevisível para todo o mercado.
Formado em economia pela PUC-MG, Barata tem especialização em previdência complementar e é membro da Comissão Nacional de Investimentos da Abrapp. Durante sua atuação na entidade, o economista ressalta como fato relevante a contratação da McKinsey, em 2007, que assessorou a Forluz na elaboração de um novo planejamento estratégico baseado na perspectiva de redução da taxa de juros reais da economia. “Antes havia um trinômio ‘rentabilidade-liquidez-segurança”, diz
O diretor explica que “antes era possível comprar LFT ou entrar em um fundo de renda fixa com papel público, porque você tinha uma taxa de juros muito acima da meta atuarial, tinha liquidez, porque poderia resgatar na hora que quisesse, e um risco soberano.” Com a crescente abertura das taxas, este cenário se dissipou, e a Forluz repensou suas estruturas, segregando a gerência, criando uma assessoria de risco, sistema de ALM e terceirizando toda a renda variável em 2009.
Para Barata, assim como para a maioria dos investidores institucionais, o ano de 2013 foi imprevisível e desafiador. Em 2012, os investimentos em renda fixa trouxeram um retorno muito grande, e em 2013 este cenário se inverteu. O diretor acredita que a queda das taxas no ano passado foi encarada como uma oportunidade de diversificar as carteiras de investimentos de renda variável. Neste aspecto, o Rodrigo qualifica a criação de uma gerência de controle de risco, e um sistema próprio de ALM, como atitudes fundamentais para garantir a solvência para o benefício.
O ano de 2014, na visão de Barata, promete ser também um ano complicado em termos de renda fixa. As estratégias estarão voltadas para a diversificação das carteiras e estudo de novos investimentos, como o mercado exterior. “Temos estudado bastante esse ativo durante este ano, embora ainda não tenhamos entrado. Eu acho que nós já evoluímos muito. Em janeiro nós devemos iniciar esse tipo de investimento”, completa Barata.