Os Melhores do Ano

Edição 165

Dezessete profissionais de mercado são eleitos como os melhores de 2005 em voto direto dos leitores da revista

Os leitores da Revista Investidor Institucional tiveram a oportunidade de votar, do início de outubro ao final de novembro, nos melhores profissionais do mercado financeiro. Foram eleitos 17 deles, sendo que todos receberam, no mínimo, 50 votos. Participaram da votação 647 assinantes da publicação, em um universo de 12 mil, que votaram diretamente pelo endereço eletrônico da Editora (www.investidoronline.com.br) e por meio de fax. Esta é a quarta edição do Prêmio Investidor Institucional, criado com o intuito de mostrar o reconhecimento do mercado aos profissionais em suas respectivas áreas de atuação.
O banco Itaú teve o maior número de representantes eleitos. Foram em quatro categorias: Gilberto Pereira Souza, em petróleo e petroquímica; Ricardo Araújo, em telecomunicações; Tomás Rocha Awad, em bancos; e Sérgio Werlang, como melhor economista de instituição financeira. Em seguida, o banco Pactual teve representantes eleitos nas seguintes categorias: Pedro Batista, em energia elétrica; Gustavo Hungria, em alimentos e consumo; e Daniela Guanabara, em papel e celulose – a única mulher entre os melhores profissionais de 2005.
O Unibanco também marcou presença no prêmio, com Rodrigo Barros em siderurgia e mineração, e Pedro Bastos, como melhor gestor de fundos multimercados. Já como melhor gestor de fundos de renda fixa o eleito foi Luis Roberto Zaratin Soares, do Bradesco, enquanto como melhor gestor de fundos de renda variável a Schroder levou o troféu, por meio de Carlos Roberto Scretas. No setor têxtil, Marcelo Mesquita, do UBS, foi o mais votado. Em câmbio, Fernando Gaertner, do HSBC; e em investimentos imobiliários, Regis Dall’Agnese, da Rio Bravo. Na categoria de consultores, o melhor na área financeira foi Everaldo França, da PPS, enquanto consultoria atuarial ficou com Edson Jardim, da Mercer, e a de risco com Marcello Rabbat, da Risk Office.
Todos os eleitos receberam da Revista um questionário que, entre outras coisas, perguntava suas projeções confirmadas neste ano e suas projeções para 2006. Os profissionais, em geral, esperam por um ano positivo para suas áreas, com especial continuidade da queda dos juros primários. O economista Sérgio Werlang, do Itaú, por exemplo, prevê que esta redução da Selic seja gradual, de forma que a recuperação econômica ocorra no segundo trimestre do ano que vem, consolidando-se no segundo semestre. Para o câmbio, o economista projeta uma resposta moderada em relação à queda dos juros, mas um efeito positivo com a continuidade da recuperação global em 2006, o que provocará um efeito positivo na entrada de moeda estrangeira.
No segmento de investidores institucionais, Edson Duarte Jardim, da Mercer, dá a dica. “Será um ano onde os fundos de pensão estarão trabalhando fortemente nas questões operacionais decorrentes da Resolução nº 13 e dos novos institutos, havendo muitas oportunidades para serviços de administração. Até que se encontrem caminhos para fomentar os multiplanos, os fundos de pensão continuarão sem crescimento significativo, enquanto as entidades abertas deverão voltar a crescer, principalmente pela absorção e entendimento do novo regime tributário (regressivo) e por lançamento de produtos mais direcionados, com entendimento e aplicação simplificada no tocante a escolha de perfil de investimentos”, considera ele.
Já o sócio diretor da PPS Portfolio Performance, Everaldo Guedes de Azevedo França, eleito o melhor consultor financeiro em 2005, traça planos de investimentos para os fundos de pensão em 2006. “Como conseqüência da perspectiva de queda consistente nos juros reais veremos uma busca maior por investimentos mais rentáveis e tudo o mais que possa proporcionar mais retorno com risco controlado”, avalia.

• Melhor economista de instituição financeira Carreira – Sérgio Ribeiro da Costa Werlang foi eleito como melhor economista de instituição financeira. O economista está no Banco Itaú há três anos e dez meses, no cargo de diretor executivo da área de crédito e consultoria econômica. Werlang, que também é professor de pós- gradução em economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV), já foi diretor responsável pelos assuntos de política econômica do Banco Central, diretor executivo do Banco BBM e diretor da EPGE/FGV.
Acertos em 2005 – A projeção que se confirmou foi o crescimento da economia, que deve fechar o ano abaixo de 2,5%. Não podia ser diferente com uma elevada taxa de juro real mantida por um tempo longo. Sem dúvida, esta política propiciou uma queda da taxa de inflação, que deve fechar muito próximo da meta, talvez 5,6%, e com um câmbio bastante valorizado. No entanto, grande parte da valorização cambial responde a outros fatores que não a política monetária, isto é, a recuperação global que vem favorecendo o uso de matérias-primas nas quais o Brasil tem vantagens comparativas.
Projeções econômicas para 2006 – Para 2006, provavelmente o crescimento também não será muito elevado, se mantida a queda gradual dos juros atual. A recuperação começaria somente no segundo trimestre e consolidar-se-ia no segundo semestre. O câmbio, por sua vez, deve responder moderadamente à queda das taxas de juros, porém a recuperação global deverá continuar em 2006 provocando o efeito positivo na entrada de fluxos importantes de moeda estrangeira na economia. A eleição poderá provocar volatilidade nos mercados, mas a probabilidade de desvios na política econômica é pequena.

• Melhor consultor financeiro Carreira – O sócio diretor da PPS Portfolio Performance, Everaldo Guedes de Azevedo França, foi eleito o melhor consultor financeiro em 2005. Ele, que já está na consultoria há nove anos, também trabalhou no Banco Itaú, Banco Real, Unibanco, Banco Bandeirantes e Esteve Irmãos SA, além de ter lecionado na Universidade Mackenzie e no Instituto Mauá.
Acertos em 2005 – Em primeiro lugar, o início de uma preocupação real dos fundos de pensão com relação aos conflitos de interesses, como resultado dos projetos de controles internos e governança, materializando- se em dois aspectos principais: a atuação dos consultores de performance de carteiras, que deve ser totalmente livre de interesses conflituosos e a preparação das políticas de investimentos, muitas das quais haviam sido redigidas por gestores, numa situação absolutamente indesejável. Muitas entidades estão se movendo para reescrevê-las totalmente. Além disso, ocorreu realmente o aumento da procura por estudos de ALM como decorrência de se vislumbrar a possibilidade de os juros reais, no Brasil, caírem a níveis não muito superiores ao das metas atuariais, principalmente nos títulos de longo prazo. Por fim, a intensa procura por treinamento para os membros dos órgãos estatutários das entidades foi outra realidade e deve continuar em 2006.
Projeções econômicas para 2006 – O que deve nortear muitos fundos de pensão em seus investimentos em 2006 é a perspectiva de queda consistente nos juros reais. Como conseqüência, veremos uma busca maior por investimentos mais rentáveis, como participações em projetos, FIDCs e tudo o mais que possa proporcionar mais retorno com risco controlado. Desde a década de 1980, e até o plano real, muita gente, inclusive bancos, sedimentou a crença de que a inflação nunca cairia, no Brasil, a níveis razoáveis, e viveríamos eternamente uma sucessão de planos econômicos heterodoxos que apenas controlariam a situação temporariamente. O que aconteceu realmente já sabemos, e muitos dos que se recusaram a rever seus conceitos hoje não estão mais no mercado.
Assim deverá ser, com relação aos juros.

• Melhor analista de investimentos imobiliários Carreira – Régis Dall’Agnese foi indicado como melhor analista de investimentos imobiliários pelos leitores de Investidor Institucional. O executivo é gerente de finanças estruturadas da Rio Bravo Investimentos, onde exerce a função de estruturar produtos de financiamento corporativo com base em ativos imobiliários. Suas experiências anteriores o mantiveram ligado aos setores da indústria e construção civil.
Acertos em 2005 – 1) Maior fortalecimento da relação entre mercado imobiliário e mercado de capitais: movimento que já vem se desenvolvendo nos últimos anos, esforços desenvolvidos por agentes do mercado, entidades de classe organizadas e o governo vem promovendo melhorias no arcabouço legal brasileiro que favorecem a integração entre os mercados imobiliário e de capitais; 2) Crescimento do mercado de crédito para operações imobiliárias comerciais e residenciais através do maior desenvolvimento de instrumentos de securitização, como os CRI e os FIDC.
Projeções econômicas para 2006 – Se o fato de ser um ano eleitoral e de Copa do Mundo tende a reduzir a atividade do País, a expectativa de redução da taxa de juros e o provável esforço do governo em estimular a atividade econômica em 2006 favorecem a perspectiva de um ano positivo. O diferencial para o mercado imobiliário estará no reforço de crédito que deverá acontecer em função do: maior apetite dos bancos por crédito imobiliário; maior procura de investidores institucionais por papéis privados como CRI; maior procura de investidores pessoas físicas por CRI e FII em função da isenção de IR; entrada de investidores internacionais buscando maiores rentabilidades em suas aplicações; e ampliação de ofertas de ações de companhias imobiliárias.

• Melhor gestor de fundos de renda fixa Carreira – O prêmio de melhor gestor de fundos de renda fixa é o quarto concedido por Investidor Institucional à Luis Roberto Zaratin Soares. Em 2002, o executivo levou o prêmio de melhor analista de títulos privados e em 2003 repetiu o feito e ainda abocanhou o prêmio de melhor analista de títulos públicos. Zaratin, diretor de renda fixa da Bradesco Asset Management (Bram), está no grupo Bradesco há oito anos, dos quais três anos na Bradesco Templeton e cinco anos na Bram. Anteriormente, Zaratin trabalhou no Citibank, BankBoston e BMG Asset Management.
Acertos em 2005 – Neste ano de 2005, nosso departamento econômico vem alertando que o PIB cresceria menos de 3% desde fevereiro. Nossas projeções de IGP-M, apesar de terem variado ao longo do ano, foram acertadas e reduzimos fortemente nossa exposição neste ano. Tivemos um grande acerto no prefixado a partir de meados do ano.
Projeções econômicas para 2006 – Para 2006, entendo que o melhor ativo para carregamento de médio prazo são as NTN-Bs, indexadas ao IPCA.
Nossas projeções indicam que este indicador ficará do meio para cima da meta de inflação. Por outro lado, em função da alta liquidez mundial permanecer elevada, projetamos uma variação do câmbio abaixo da Selic, o que não trará muita atratividade aos papéis IGP-M, pelo menos ao longo do primeiro semestre. O pré será um ativo que deve entrar e sair dos portfólios ao longo do ano, pois mostrará volatilidade.

• Melhor analista de bancos Carreira – O melhor analista de bancos eleito pelos assinantes de Investidor Institucional é Tomás Awad, da Itaú Corretora. Na instituição, ele também é analista de empresas aéreas e de transporte. O executivo também já passou pela BBA Corretora e pelo Banco Chase Manhattan e foi analista em todos eles.
Acertos em 2005 – No ano de 2005 nossos dois mais relevantes acertos foram: 1) a recomendação pelas ações preferenciais do Bradesco; 2) nossa visão mais negativa para a valorização das ações do Banco do Brasil. A recomendação em Bradesco estava baseada numa percepção mais otimista quanto à capacidade do banco em se beneficiar de sua excelente capilaridade e imensa base de clientes, conseguindo alavancar suas receitas com prestação de serviços e crescimento de crédito para pessoa física. Passados três trimestres de 2005 os números nestas duas rubricas comprovam esta tese. Já no Banco do Brasil, apesar de reconhecermos a grande melhora realizada nos últimos anos e os bons níveis de rentabilidade, acreditávamos que tais fatores positivos já estavam mais do que refletidos no preço das ações.
Projeções econômicas para 2006 – Esperamos que 2006 seja mais um ano positivo para o setor bancário brasileiro, com crescimento de lucros entre 15% e 20%. Este crescimento será baseado em spreads estáveis ou em ligeira queda, mas sobre um volume de ativos crescente (com destaque para o crescimento de créditos), qualidade de crédito estável, forte crescimento de receita com tarifa de serviços e custos operacionais sob controle (crescendo em linha com inflação). Mantemos nossa preferência pelas ações preferenciais do Bradesco. O forte crescimento de crédito para pessoa física neste ano deve ser fator relevante na rentabilidade do banco em 2006.

• Melhor gestor de fundos multimercados Carreira – Pedro Bastos, da Unibanco Asset Management (UAM), foi indicado neste ano como o melhor gestor de fundos multimercados. Há dois anos como diretor responsável por fundos multimercados, cambial e de renda variável, Bastos já trabalha no grupo Unibanco há dez anos.
Antes, ele foi chefe do departamento de pesquisa e diretor da Corretora Unibanco.
Acertos em 2005 – Os principais posicionamentos que agregaram valor durante 2005 foram: manutenção de uma alocação em renda variável acima da média, manutenção de papéis com forte potencial de crescimento e alavancagem ao crescimento do consumo.
Projeções econômicas para 2006 – O principal tema será a queda de juros.
Também deverá haver volatilidade adicional, típica de um ano eleitoral.
2006 talvez seja a última grande oportunidade para investidores se beneficiarem dos prêmios existentes em ativos brasileiros antes de o País começar a ser reconhecido como candidato ao investment grade. Sendo assim, papéis de longo prazo indexados ao IGP-M e IPCA, renda fixa prefixada e bolsa devem ser adicionados ao portfólio em momentos de stress do mercado.

• Melhor analista de siderurgia e mineração Carreira – Há apenas cinco meses no Unibanco, como analista sênior de commodities, Rodrigo Barros já foi eleito melhor analista de siderurgia e mineração do mercado. De 2001 a julho de 2005, Barros trabalhou no Banco Pactual.
Acertos em 2005 – O principal destaque nas recomendações deste ano foi antever que o mercado de minério de ferro deveria permanecer aquecido em 2006, o que me levou a estimar o reajuste de minério de ferro para o próximo ano em 20%. Outra recomendação importante foi sugerir aos investidores reduzirem exposição a aços planos no segundo semestre, dado que o acúmulo excessivo de estoques deveria causar redução nos volumes e preços das siderúrgicas.
Projeções econômicas para 2006 – Acredito que as perspectivas para o setor de aços planos são favoráveis: a correção do nível de estoques deverá ser concluída no início do próximo ano e os preços do mercado doméstico deverão encerrar 2005 próximos ao patamar de equilíbrio com as importações. Portanto, as perspectivas são favoráveis para Usiminas e CSN. Continuamos otimistas com o setor de mineração. Acreditamos que as ações da Bradespar são o melhor veículo de investimento no setor atualmente, pois negociam com desconto significativo em relação ao valor de seus ativos (CVRD e CPFL).

• Melhor analista de papel e celulose Carreira – Há três anos e meio no Banco Pactual como analista de empresas, Daniella Guanabara levou o prêmio de melhor analista de papel e celulose. Daniella, que também acompanha o setor petroquímico, já passou pela Shell Brasil.
Acertos em 2005 – Nossa visão negativa para o setor de papel e celulose foi confirmada com a divulgação de fracos resultados operacionais pelas empresas, por conta do desempenho ruim da economia e da apreciação cambial. Antecipamos o fraco resultado da Klabin no terceiro trimestre.
Desde o nosso relatório até o dia do anúncio do resultado (21 de outubro), a ação da Klabin caiu 15,4%, contra baixa de 7,6% do Ibovespa.
Além disso, reforçamos nossa recomendação positiva de Aracruz para o fim do ano e dez dias depois a ação da Aracruz subiu 6,0%, versus queda de 1,5% do Ibovespa.
Projeções econômicas para 2006 – Para 2006, temos uma visão positiva para Aracruz, com a entrada de capacidade de Veracel e com preços de celulose em patamares elevados. Acreditamos que a entrada de novas plantas no Chile só deva impactar o mercado em 2007. Temos uma visão neutra para VCP e Suzano. Com aquecimento da economia interna, ano eleitoral, compra de livro didático pelo governo e Copa do Mundo, estas empresas tendem a melhorar seu mix de vendas. Porém, o preço doméstico de papel (P&W) apresenta, atualmente, um prêmio forte em relação aos preços internacionais e o risco de importação pode pressioná- lo para baixo. No segmento de embalagens, a visão é negativa.
Acreditamos que a Klabin pode beneficiar-se da queda da taxa de juros e de um eventual aumento do preço de kraftliner, reportando resultados melhores que os observados em 2005.

• Melhor analista de energia elétrica Carreira – Pela terceira vez consecutiva, Pedro Batista levou o prêmio de melhor analista de energia elétrica. Há oito anos no Banco Pactual, Batista também é analista dos setores de saneamento, rodovias, ferrovias, petróleo e gás. Assim como sua colega Daniella Guanabara, ele também trabalhou na Shell Brasil, na área de planejamento financeiro.
Acertos em 2005 – De forma geral, a performance do setor elétrico no ano de 2005 foi positiva, o índice do setor (IEE) valorizou-se 37% contra 24% do Ibovespa. Esse movimento aconteceu, conforme prevíamos, em função de: boas revisões tarifárias, crescimento de mercado, entrada de mais empresas de qualidade no mercado, ótima melhora dos indicadores das empresas e implementação do novo modelo do setor. Em relação aos papéis específicos, ressaltamos a recomendação de compra de CPFL, Transmissão Paulista e AES Tietê, com altas de 53%, 74% e 53%, respectivamente. Também recomendamos compra de Cemig desde o final de março – a ação subiu 50% contra 23% do Ibovespa.
Projeções econômicas para 2006 – Estamos otimistas com desempenho esperado para o setor elétrico no próximo ano. Essa expectativa favorável para o setor é devido a: (1) consolidação do novo modelo setorial com destaque para os leilões de “energia nova”; (2) início do movimento de consolidação setorial, principalmente nos setores de transmissão e distribuição; (3) aumento do interesse pelo setor em função da entrada de novas empresas no mercado; e (4) crescimento da rentabilidade das empresas. Nossas principais recomendações para 2006 são: Cemig, Transmissão Paulista, CPFL, AES Tietê, Eletrobrás e Copel.

• Melhor analista de alimentos e consumo Carreira – Depois de vencer como melhor analista de varejo no Prêmio Investidor de 2002, Gustavo Hungria volta a figurar entre os eleitos, dessa vez como melhor analista de alimentos e consumo. O executivo é analista do setor de consumo do Banco Pactual e está na instituição há oito anos.
Acertos em 2005 – A despeito das preocupações com relação à gripe aviária, a ação da Perdigão subiu 32% no ano. Com relação às varejistas, minha principal recomendação foi Lojas Americanas, dado a combinação da expansão do número de lojas com alto crescimento da operação de internet. A ação subiu 63% em 2005. Localiza foi outra recomendação acertada, já que a empresa dobrou de valor desde o IPO, em maio.
Também recomendei AmBev ao longo do ano e a ação subiu 40% no período.
Projeções econômicas para 2006 – Para 2006 espero que o setor de consumo continue a apresentar performance positiva, dado a expectativa de um cenário macroeconômico propício ao desempenho favorável das empresas (juros baixos e crescimento de renda, principalmente). Lojas Americanas, Localiza, Perdigão, AmBev e Submarino são nossas principais apostas.

• Melhor analista de telecomunicações Carreira – O analista sênior de telecomunicações, mídia e tecnologia da Itaú Corretora, Ricardo Araujo Silva, foi eleito melhor analista de telecomunicações, mídia e tecnologia. Ele, que está há dois anos e meio na Itaú Corretora, também já passou pela Compass – consultoria especializada em estratégia e M&A para empresas de telecom e comunicação. Silva trabalhou, ainda, na Brasil Telecom, nas áreas de M&A, Inteligência Competitiva, Planejamento Estratégico, Orçamento e Relações com Investidores e foi analista de telecom (sell side) do Banco Pactual.
Acertos em 2005 – Nossa grande aposta deste ano foi Net Serviços (NETC4). Iniciamos cobertura em julho de 2004 com venda e o papel respondeu à altura. Posteriormente, logo no início de janeiro de 2005, elevamos NETC4 para top pick, no meio de um complicado processo de reestruturação da dívida e a ação explodiu. Tínhamos a mais absoluta consciência do valor intrínseco do ativo e apostamos muito nisto.
Mantivemos nossa recomendação de compra ainda por um tempo, e voltamos a colocá-la como top pick novamente no final de julho de 2005.
O papel voltou a explodir. Em 29 de novembro, voltamos a reforçar nosso top pick.  NETC4 subiu 18% desde então.
Projeções econômicas para 2006 – Separamos em dois segmentos: fixas e móveis. As operadoras fixas deverão apresentar bom desempenho este ano – merecendo uma alocação de outperformer – muito com base na perspectiva de maiores dividendos no curto prazo, além de um ambiente regulatório menos incerto. Neste segmento, nossa principal recomendação é TMAR5.  Em telefonia móvel, o ambiente deve continuar bastante competitivo, com leve melhora na margem. Neste sentido, recomendamos aos investidores uma alocação de underperformer no segmento, sendo nossa principal recomendação no setor TCSL4.  Continuamos recomendando ainda EBTP4 e NETC4 como compra, a primeira na linha de um ativo ainda barato, apesar do crescimento bem moderado pela frente, e a segunda, ainda com base em crescimento.

• Melhor consultor de risco Carreira – O sócio diretor da Risk Office, Marcelo Rabbat, foi eleito pelos leitores de Investidor Institucional como o melhor consultor de risco em 2005. Rabbat está na Risk Office há seis anos.
Acertos em 2005 – Em 2005, conforme previsto, assistimos ao aumento da importância das operações de crédito, principalmente a consolidação do mercado de securitização por meio dos FIDCs (fundos de investimento em direitos creditórios). O crescimento do crédito mostra-se como uma alternativa interessante de diversificação e de rentabilidade. Confirmou-se também a importância estratégica do uso de modelos de ALM (Asset Liability Management), permitindo uma orientação de longo prazo aos investidores institucionais. Ainda em 2005, constatamos a ampla adoção de procedimento de controles internos, especialmente em fundos de pensão.
Projeções econômicas para 2006 – Para 2006, mantendo-se a esperança de uma aceleração no processo de queda das taxas de juros, espera-se um maior apetite dos investidores institucionais para os seguintes tipos de investimentos: FIDC – já existe no Brasil todo o “aparelho” para a montagem deste tipo de produto. Isto é, estruturadores, custodiantes, administradores, gestores e agências de rating. A qualidade dos regulamentos melhorou muito e está homogênea para cada perfil de cedente. Em fundos Multimercados, a grande dificuldade para a viabilidade deste produto para os investidores institucionais era a falta de uma “padrão” (benchmark) e a não homogeneização dos conceitos de risco dentre os gestores (alavancagem, long short, etc.) Em operações com lastros em FIEX, assistimos neste último trimestre a utilização, por parte dos investidores institucionais, destas operações com rentabilidades bem atraentes. A condição necessária para a realização deste tipo de operação é a adoção por parte da EFPC de um trabalho de ALM devido a questão de liquidez destas estratégias.

• Melhor analista de petróleo e petroquímica Carreira – O analista de investimentos da Itaú Corretora, responsável pelos setores de petróleo e petroquímica, Gilberto Pereira de Souza, foi eleito melhor analista desses setores em 2005, segundo votação feita entre os assinantes de Investidor Institucional. Há cinco anos na corretora, Souza já trabalhou nos bancos Sudameris, BMG e Crefisul.
Acertos em 2005 – O grande destaque deste ano foi a performance de Petrobras, empresa que foi favorecida pela elevação dos preços internacionais de petróleo e principalmente pelo forte incremento de produção de petróleo no Brasil a partir do segundo trimestre de 2005, com a entrada em operação de duas novas plataformas. Já o segmento petroquímico apresentou uma performance bem mais fraca em relação ao ano anterior, pressionado pelo forte aumento do preço da nafta em um momento de queda nos preços internacionais de produtos petroquímicos e uma demanda interna mais fraca.
Projeções econômicas para 2006 – As expectativas para a Petrobras em 2006 continuam bastante favoráveis, uma vez que os preços internacionais de petróleo devem continuar elevados e a empresa deverá apresentar novo crescimento significativo de produção de petróleo no Brasil. Para o setor petroquímico a perspectiva é de recuperação de rentabilidade, com crescimento da demanda doméstica e um cenário externo mais favorável.

• Melhor gestor de fundos de renda variável Carreira – Carlos Roberto Scretas, conhecido apenas como Beto no setor, levou o prêmio de melhor gestor de fundos de renda variável em 2005.
Há onze anos na Schroder Investment Management do Brasil DTVM, Beto é gestor de fundos de ações desde 1996 e também diretor-presidente. O executivo já foi analista de investimentos no Citibank, de 1987 a 1991, e analista de investimentos no Unibanco, de 1991 a 1994.
Acertos em 2005 – A boa performance de nossos fundos é fruto de um processo de investimento disciplinado e da qualidade de nosso time de investimentos em renda variável, que conta com dois experientes gestores, um trader e três analistas, além de contar com estrutura de pesquisa global da nossa empresa. Essa visão global, aliada à diligência dos analistas locais, foi a base das melhores decisões de investimentos tomadas em 2005. A baixa exposição aos setores petroquímico, siderúrgico e de papel e celulose – com a perspectiva de forte queda de margens, com o recuo dos preços internacionais e a valorização do real – e a aposta nos setores de consumo e bancos foram os grandes acertos de nossos fundos em 2005.
Projeções econômicas para 2006 – Mantemos um cenário construtivo para a Bolsa em 2006. O ambiente para investimento em ações permanece favorável, com a perspectiva de um cenário externo ainda benigno (crescimento econômico aliado à inflação baixa) e, localmente, com a continuidade do corte de juros e recuperação do nível de atividade econômica. Apesar da forte alta da Bolsa nos últimos três anos, os múltiplos do mercado brasileiro ainda são atrativos versus outras Bolsas, fruto da forte expansão de lucros das empresas registrado nos últimos anos. Para 2006, estimamos, mais uma vez, um crescimento significativo de lucros, liderado pelos setores de mineração, petróleo, bancos e consumo.

• Melhor consultor atuarial Carreira – O diretor técnico e de relações institucionais da Mercer Human Resource Consulting Ltda, Edson Duarte Jardim, levou o prêmio de melhor consultor atuarial de 2005. Há cinco anos na Mercer, Jardim também esteve na Watson Wyatt do Brasil Ltda.
Acertos em 2005 – O mercado de previdência ficou em “stand by”, isto é, com pequeno crescimento.
Projeções econômicas para 2006 – Será um ano onde os fundos de pensão estarão trabalhando fortemente nas questões operacionais decorrentes da Resolução nº 13 e dos novos institutos, havendo muitas oportunidades para serviços de administração. Até que se encontrem caminhos para fomentar os multiplanos, os fundos de pensão continuarão sem crescimento significativo, enquanto as entidades abertas deverão voltar a crescer, principalmente pela absorção e entendimento do novo regime tributário (regressivo) e por lançamento de produtos mais direcionados, com entendimento e aplicação simplificada no tocante a escolha de perfil de investimentos.

• Melhor analista de câmbio Carreira – Fernando Menin Gaertner, 32 anos, foi eleito melhor analista de câmbio neste ano. Há dois anos e meio ele é gerente de câmbio, responsável pela administração do risco cambial do Banco HSBC. Gaertner iniciou sua carreira no Banco CCF, por onde ficou por seis anos. Também esteve por três anos no Banco AA e por seis meses no Frigorífico Friboi.
Acertos em 2005 – Mas o ano de 2005 foi marcado por uma combinação de um cenário externo extremamente favorável para o Brasil (liquidez internacional elevada e juros baixos) com um cenário interno que também favoreceu a entrada de dólares, com os juros altos e saldos recordes na balança comercial. Quem imaginou esse cenário na frente ganhou muito dinheiro, afinal o dólar caiu praticamente o ano inteiro, com alguns suspiros devido à crise política.
Projeções econômicas para 2006 – Para 2006 não espero um cenário muito diferente de 2005. Apesar de ser um ano eleitoral os principais candidatos não defendem mudanças bruscas na política econômica e portanto aquele medo que existia em 2002 não se repetirá. O principal risco na minha opinião é o cenário externo, em particular o medo de uma alta brusca nos juros norte-americanos. Os juros internos (taxa Selic) devem ter uma queda forte em 2006, o que deve pressionar a taxa de câmbio para cima, mas nada que lembre 2002.

• Melhor analista do setor têxtil Carreira – Pela segunda vez, Marcelo Mesquita recebe o Prêmio Investidor.
A primeira foi em 2000, quanfo foi eleito o melhor em asset allocation.
Neste ano, o estrategista e diretor de pesquisa do UBS ganhou como melhor analista do setor têxtil.
Acertos em 2005 – não informado Projeções econômicas para 2006 – não informado