Opportunity lidera, com Schroder em segundo | Ano foi difícil par...

Edição 114

Os recursos de investidores externos diminuíram R$ 4,35 bilhões no segundo semestre do ano passado, de R$ 16,06 bilhões para R$ 11,71 bilhões. As razões podem ser encontradas no conjunto de fatores negativos que marcaram a segunda metade do ano passado, incluindo a retração na economia norte-americana, a crise da Argentina e o atentado terrorista ao prédio do World Trade Center, em Nova York. Esses fatores levaram os investidores estrangeiros a fazerem o que o mercado chama de “fligh to quality”, ou seja, deixarem os mercados de maior risco para se refugiarem nos títulos do governo dos EUA.
Com isso, países como o Brasil perderam muitos recursos. Hoje, o que ocorre com os investidores externos é um vôo na direção oposta, em direção aos países emergentes. “Podemos dizer que este ano começou com uma procura grande dos investidores externos por títulos de renda fixa e papéis de renda variável”, explica o diretor de gestão da Schroder, Beto Scretas. A Schroder é a segunda maior gestora de recursos de investidores externos, com R$ 2,40 bilhões (93,4% do total). O primeiro lugar no ranking de investidores externos coube ao Opportunity, com R$ 4,04 bilhões (61,3% do total).
“Acho que o Brasil está melhorando muito o seu risco entre os emergentes”, diz o diretor do Credit Lyonnais, Fábio de Aguiar Faria. O Credit Lyonnais ocupa a quinta posição entre os maiores gestores de recursos de investidores externos, com R$ 566,8 milhões (52,3% do total).
Segundo Faria, o Brasil tem mostrado ter instituições financeiras sólidas, instituições políticas sólidas e política econômica coerente. “Esse tripé positivo deve levar os grandes fundos globais, que ainda têm muito espaço para o Brasil, a aumentarem sua exposição ao país”, argumenta.
Na opinião de Scretas, da Schroder, os especialistas em emergentes estão entusiasmados com a possibilidade de as empresas desses países chegarem a resultados melhores que os das empresas norte-americanas, que ainda estão digerindo os pesados endividamentos dos últimos anos. Por isso, elas devem apresentar rentabilidade abaixo da média das empresas dos países emergentes neste ano.
A Schroder está alocando ao Brasil entre 10% e 10,5% dos seus investimentos para países emergentes, mais do que os 9% da média do Morgan Stanley Index. Embora o Brasil esteja bem cotado, não é o mais atraente entre os países emergentes. As grandes estrelas dos emergentes são os países asiáticos, cujas empresas, livres dos empréstimos do passado, apresentam perspectivas de elevadas taxas de retorno.