Edição 231
Na discussão entre o que vale mais a pena, uma gestão ativa ou indexada, os gestores do Itaú acreditam que há espaço para ambas. Em época de volatilidade acentuada tanto na renda fixa quanto na variável, a asset obteve classificação verde em um conjunto de 12 fundos, dos quais há produtos que buscam ganhos acima do benchmark (alfa) e outros que procuram seguir o indexador. “O que vale mais, buscar o alfa ou garantir o beta? Os resultados mostram que há espaço para os dois tipos de estratégias”, defende Roberto Nishikawa, diretor de clientes institucionais do Brasil e exterior do Itaú.
Trata-se de uma discussão antiga entre os fundos de pensão, mas que volta à tona em momentos de forte instabilidade dos mercados. No primeiro semestre de 2011, o Itaú conseguiu emplacar fundos verdes em todos os segmentos, mas teve ligeiro destaque com a renda fixa (seis fundos) e multimercados (quatro fundos). Já na renda variável, o gestor se destacou com dois fundos de investimento considerados excelentes, um deles com benchmark IBrX e outro de ações setoriais de consumo.
“Estamos satisfeitos com a diversidade de segmentos e estratégias que tivemos com nossos fundos voltados para institucionais”, diz Nishikawa. Na renda fixa, por exemplo, há fundos com classificação verde que tomam risco de crédito e outros de mercado. Entre os multimercados, há fundos alavancados e, na renda variável, produtos que adotam estratégias ativas e outros indexados.
O principal destaque do gestor na renda variável foi o Itaú Consumo Ações, um fundo que busca bater o Ibovespa com uma estratégia de encontrar empresas que se beneficiam do crescimento da economia e do consumo. “Há muitas fundações e clientes estrangeiros que têm interesse na Bolsa brasileira, mas que querem ir além do Ibovespa. Está crescendo a procura por parte desses investidores por uma renda variável diferenciada, voltada para setores que estão crescendo junto com a nova classe média do País”, afirma o diretor do Itaú.
Entre os multimercados, o destaque ficou com a família Active Fix, que vem acumulando resultados consistentes nos últimos três anos. “É o carro-chefe entre os multimercados com estratégia de renda fixa para os RPPS e fundações. Tem apresentado excelente captação de recursos, e já acumula patrimônio de cerca de R$ 1,3 bilhão”, aponta Nishikawa.
Ele afirma que os bons resultados de performance do fundo têm atraído a atenção dos investidores. Até setembro, o fundo estava batendo 105,3% do CDI. É um produto que toma risco de crédito, de juros e câmbio, com gestão ativa. “O mais importante é a qualidade da análise de crédito dos que nossa equipe tem buscado incessantemente”, explica o diretor.
Quanto aos resultados gerais dos clientes institucionais no primeiro semestre, Nishikawa ameniza as dificuldades enfrentadas com a volatilidade do mercado. Ele acredita que o maior problema foi encontrado nos meses de agosto e setembro, com o sobe e desce no mercado interno. Cenário mais desafiador, porém, ainda está por vir no futuro, com a perspectiva de redução ainda maior da taxa básicas de juros da economia brasileira.
“Com a queda mais acentuada das taxas de juros, antes do que o mercado imaginava, acredito que daqui a dois anos haverá um problema sério de falta de ativos adequados para atender à necessidade dos investidores institucionais”, alerta Nishikawa. Ele acrescenta que os fundos de pensão e regimes próprios serão obrigados a diversificar suas aplicações, mas se o mercado continuar com as opções oferecidas atualmente, haverá falta de ativos que possibilitem o cumprimento das metas para esses investidores.