Os melhores fundos | De um total de 546 fundos voltados para clie...

Edição 123

Investidor Institucional está publicando o primeiro ranking de classificação de fundos voltados aos investidores institucionais. Dividido em 20 categorias, estabelecidas de acordo com critérios técnicos de benchmarks e volatilidade definidos pela consultoria Risk Office (ver metodologia à pág. 30), o ranking analisa apenas os fundos abertos com a presença efetiva de investidores institucionais. Não foram analisados os fundos exclusivos direcionados à investidores institucionais, pela dificuldade de se estabelecer parâmetros de comparação entre eles.
De um total de 546 fundos analisados pela Risk Office, 157 foram classificados como os melhores num período de 12 meses encerrados em 15 de agosto último, o que significa que foram fundos com alta rentabilidade e baixa volatilidade em suas respectivas categorias nesse período. No mesmo período, outros 226 foram classificados como médios, o que significa que tiveram alta rentabilidade acompanhada de alta volatilidade ou baixa rentabilidade acompanhada de baixa volatilidade também de acordo com suas respectivas categoria. E um último grupo, que alcança um total de 163 fundos, foi classificado como não aceitável, e portanto nem figura no ranking. Para os melhores foi dado uma bola verde, aos aceitáveis uma bola amarela e aos inaceitáveis a bola vermelha (que, entretanto, só aparece em períodos diferentes de 12 meses).
A partir do sinal verde, amarelo e vermelho o leitor poderá analisar, num simples bater de olho, não apenas o desempenho do fundo no período rankeado mas sua consistência em períodos diferentes (3 meses até 15 de agosto, acumulado do ano até 15 de agosto e 36 meses até 15 de agosto). Ao lado de cada período aparecem os indicadores de rentabilidade, percentual do benchmark e volatilidade de cada fundo, e abaixo o máximo, a média e o mínimo de cada categoria. Acreditamos, dessa forma, estar contribuindo para dar uma interpretação mais consistente na análise de fundos voltados a clientes institucionais.
Para o coordenador técnico da Risk Office, Fernando Lovisotto, uma visão mais ampla do resultado dos fundos mostra que “os fundos mais conservadores foram mais prejudicados, por aplicarem em papéis suapados e em LFT, que sofreram os maiores deságios”. Em consequência disso, muitos fundos que não foram incluídos no ranking apresentavam rentabilidade de até 47% do CDI.
Ainda de acordo com Lovisotto, essa pancada que os gestores tomaram com papéis de longo prazo vai servir como aprendizado, podendo torná-los ariscos a esses vencimentos mais longos nos próximos leilões. Além das dificuldades na área de renda fixa, também as bolsas de valores não ajudaram. “O mercado inteiro foi penalizado”, avalia ele.
Há, entretanto, um fator positivo a ressaltar. Alguns gestores independentes, como Claritas, Nobel, Hedging-Griffo e Pictet Modal tiveram seus fundos classificados entre os melhores nas categorias mais agressivas. “O desempenho desses gestores tem crescido bastante”, destaca Lovisotto.
Segundo o diretor superintendente da BRAM – Bradesco Asset Management, Robert van Dijk, apesar das recentes medidas do Banco Central terem conseguido acalmar um pouco os mercados (ver entrevista com Luiz Fernando Figueiredo à página 12), “precisamos lembrar que vivemos um momento de eleições que, como toda eleição, traz consigo uma dose de expectativas e de incertezas”. Para van Dijk, o comportamento das carteiras nos próximos meses “dependerá do perfil de risco/retorno de cada portfólio”.
Com 12 fundos classificados entre os melhores (bola verde), a BRAM já fez todos os ajustes na duration dos seus fundos DI, adequando-os ao momento. “Continuamos atentos às oportunidades e às demandas do mercado investidor”, diz van Dijk.
De olho na necessidade de marcar a mercado, o HSBC já vinha fazendo os ajustes em seus fundos desde o início do ano. “Nossa boa performance tem a ver com essa estratégia”, analisa Luis Eduardo Assis, do banco de investimentos do HSBC, que teve 19 dos seus fundos classificados entre os melhores.
Segundo Assis, o mercado deve melhorar daqui para a frente. “Passadas as eleições o mundo vai voltar a perceber que o Brasil tem oportunidades de investimento bastante interessantes”, afirma. Ainda de acordo com ele, há uma pressão por crescimento econômico por parte da sociedade, o que deve alavancar no ano que vem o mercado de capitais, “mesmo que isso venha a custar alguma alta da inflação”.
Para o chefe da área de renda fixa do BBA Investimentos, Philipe Biolchini, há 2 anos que a asset já vinha tomando precauções quanto à duration dos seus papéis. Uma avaliação interna havia apontado que a proximidade das eleições iria fazer com que os papéis com vencimento após esse evento apresentassem “praticamente nenhum retorno”, destaca Biolchini. “Foi desde essa época que passamos a manter em carteira papéis que iam apenas até as eleições”.
A postura do BBA Investimentos, com 13 fundos classificados entre os melhores (bola verde), continua cautelosa, apesar da acalmada dos mercados. “Ainda estamos muito cautelosos com a questão das eleições, nossa política não é a de buscar rentabilidade a qualquer custo”, diz Biolchini.