Franca recuperação | Apesar do baixo crescimento da economia bras...

Marcio Veronese

Edição 245

Depois de enfrentar retração em 2011, o segmento de custódia para ativos do mercado externo voltou a crescer no ano passado. O mercado alcançou a marca de R$ 995,88 bilhões em dezembro de 2012, contra R$ 669,30 bilhões do final do ano anterior – alcançando crescimento de 48%. Com isso, o volume de recursos sob custódia ultrapassou o patamar de dois anos atrás, verificado no final de 2010, quando girava em torno de R$ 800 bilhões. A liderança continua com o Citibank, seguido pelo Itaú-Unibanco.

“Apesar das oscilações dos investimentos estrangeiros no Brasil, nossa participação no mercado para ativos externos tem se mantido estável nos últimos anos e em 2012 não foi diferente”, diz Márcio Veronese, diretor da área de serviços ao mercado de capitais do Citibank. O custodiante fechou com R$ 399,21 bilhões em dezembro do ano passado, contra R$ 321,27 bilhões no final de 2011, segundo dados da Anbima. O resultado garante uma participação de 40,1% do banco no total do mercado.

Considerada apenas a Resolução 2689, para investidores não-residentes, o market share do Citibank sobe para 55%. O diretor do Citibank conta que os recursos dos não-residentes são os que mais interessam aos custodiantes, pois os demais referem-se aos ADRs – American Depositary Receipts – que não dependem de captação no mercado brasileiro, pois se tratam de papéis emitidos nas bolsas dos EUA.

Já os ativos da Resolução 2689 referem-se ao recursos provenientes de terceiros. “Apesar do menor crescimento da economia brasileira continuamos verificando o fluxo e a manutenção do nível de investimentos estrangeiros de longo prazo no país”, diz Veronese. O executivo continua otimista com o mercado brasileiro. “Apostamos que a economia vai continuar crescendo e, por isso, o investidor estrangeiro manterá o interesse em investir no Brasil”, diz.

Para 2013 e para os próximos anos, o Citibank prevê novos investimentos em tecnologia para aperfeiçoar os serviços de custódia e controladoria. “O mercado tende a se sofisticar, com a diversificação dos investimentos das assets locais em direção aos ativos externos”, diz Veronese. Ele explica que a tendência ainda incipiente de investir no exterior deve aumentar nos próximos anos. Também investidores de países com baixa participação no mercado brasileiro, devem também ampliar o fluxo de recursos para cá. Um exemplo, são os fundos de pensão do Chile que estão aumentando as aplicações no Brasil.

O Itaú-Unibanco também vem priorizando a atuação nos mercados globais. “Somos um custodiante com atuação destacada tanto no mercado externo quanto nos ativos domésticos”, diz Ricardo Soares, diretor da área de soluções para o mercado de capitais do Itaú-Unibanco. Para o executivo, o objetivo da custódia do banco é reforçar a atuação em mercados regionais, tais como a América Latina, para ganhar vantagem competitiva. “Estamos nos fortalecendo como um player regional. Nossa nova plataforma tecnológica está voltada para atuar no mercado global”, diz Soares.