21/10 – Ibovespa cai com propostas fiscais do governo; dóla...

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em baixa de 0,29% nesta terça-feira (21/10) aos 144.085 pontos, após dois dias consecutivos de recuperação. Apesar do alívio nos mercados internacionais com sinais de trégua tarifária entre Estados Unidos e China, o mercado doméstico perdeu fôlego diante da perspectiva de novos embates no cenário fiscal.

No meio da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o governo deve enviar ainda hoje ao Congresso dois projetos de lei — um voltado ao controle de gastos e outro à elevação de receitas —, como parte do pacote de ajuste fiscal.

Entre os destaques do dia, as ações da Petrobras recuaram (ON -1,05%; PN -0,81%) mesmo após o Ibama liberar a pesquisa para exploração de petróleo na Margem Equatorial. No setor financeiro, Bradesco (ON -0,98%; PN -1,33%), Itaú (PN -0,94%) e Banco do Brasil (ON -1,11%) também caíram. A Vale encerrou em leve baixa de 0,16%, com investidores em compasso de espera pelos resultados operacionais.

Na semana, o Ibovespa ainda acumula alta de 0,48%, mas reduz a perda no mês para 1,47%. No ano, o avanço é de 19,79%.

Já o dólar, após quatro sessões seguidas de baixa, voltou a subir e encerrou o dia em alta de 0,37%, cotado a R$ 5,39. O avanço refletiu o tom mais cauteloso dos investidores diante das incertezas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China e da continuidade do shutdown parcial do governo norte-americano. O movimento foi amplificado por declarações contraditórias de Donald Trump sobre uma possível reunião com o presidente chinês Xi Jinping — primeiro confirmada e depois negada pelo líder americano.

No Brasil, as declarações de Haddad sobre o envio de novas medidas fiscais tiveram influência limitada sobre o câmbio. O ministro detalhou que os textos devem substituir a Medida Provisória que previa aumento do IOF, propondo cortes de despesas e novas formas de arrecadação, como mudanças nas regras de compensação tributária e aumento da CSLL para fintechs.