Edição 276
A Atom Participações é a primeira mesa proprietária de traders com ações negociadas em bolsa no Brasil. Para se tornar uma companhia de capital aberto a empresa não fez o caminho mais comum entre as empresas que estão hoje na Bovespa, por meio de um IPO, mas através da compra concretizada em 2015 da Inepar Telecomunicações.
A Inepar já tinha ações em bolsa, mas passava por dificuldades financeiras há alguns anos, enfrentando inclusive um processo de recuperação judicial. O valor pago pela Inepar pelos sócios da Atom, José Joaquim Paifer e Ana Carolina Paifer, foi de R$ 5 milhões, o que correspondeu a R$ 0,02 por ação. Após a aquisição, eles entraram com um pedido de troca no nome da empresa, para Atom Participações, e do código de negociação na bolsa, que mudou de INET3 para ATOM3. Como a WHPH, controladora da Atom, comprou cerca de 70% da Inepar, ela agora aguarda liberação da CVM para promover uma OPA da participação no restante da telecom no mercado, que será intermediada pela Coinvalores.
Quando foi adquirida pela WHPH, a Inepar contava com aproximadamente R$ 200 milhões em créditos tributários a serem compensados. Ou seja, quando a WHPH e sua controlada apresentarem seus primeiros lucros, elas terão esse valor a ser descontado do imposto de renda. “Começamos com a empresa de trade fazendo um trading, ao comprar a Inepar com uma desvalorização muito grande”, brinca Ana Carolina, diretora de RI da Atom. Os irmãos, que são de Sorocaba, têm também uma gestora que atua com o foco em investidores do interior paulista, a J.P. Tuchê Asset Management, e ambos acumulam passagens anteriores pela Gradual e CM Capital Markets.