
A perspectiva de um novo ciclo de política monetária, com o início do corte da Selic pelo Banco Central previsto para acontecer entre o primeiro e o segundo trimestre de 2026, começa a estimular o apetite dos institucionais por uma dose um pouco maior de risco, avalia Luciano Rais, head da área de Renda Fixa Mercados da Santander Asset Management. “Estamos mais construtivos em relação ao horizonte de inflação e juros e acreditamos que o próximo ciclo será de corte. A redução da Selic será mais provável no segundo trimestre de 2026 mas o corte, quando vier, será mais intenso e em maior ritmo do que o mercado está precificando e queremos estar bem posicionados para quando isso acontecer”, diz.
A asset acaba de lançar um fundo de investimentos de renda fixa multi estratégia, de gestão ativa, para institucionais (RPPS, entidades fechadas de previdência complementar e seguradoras), que já demandam um pouco mais de risco nos seus portfólios, afirma Rais. O produto atende a todas as regulações dos institucionais e não tem qualquer investimento em crédito privado. “Há clientes que preferem não ter crédito privado em suas carteiras, uma demanda que apareceu depois dos eventos de crédito com várias empresas e debêntures, e também por conta do risco de desenquadramento dos limites legais”, diz.
Além de alocar em juros locais, a carteira investirá também em estratégias de juros offshore e no mercado de moedas, ambos por meio de contratos futuros na B3.
A área de Renda Fixa Mercados na asset tem hoje R$ 225 bilhões sob gestão, dos quais R$ 115 bilhões estão em mandatos exclusivos de todos os institucionais, inclusive em carteiras administradas e em fundos de caixa de empresas. “É um público que tem forte representação na nossa carteira, principalmente seguradoras e fundações”, diz. A intenção é agregar produtos que ampliem a grade e atendam a demanda por diversificação de estratégias e operem em diferentes ciclos da economia. Os RPPS respondem hoje por R$ 5,2 bilhões sob gestão na área, boa parte em produtos indexados e uma de suas limitações legais é justamente o investimento no crédito privado, o que torna o novo fundo particularmente interessante para o segmento, acredita Rais.