No primeiro dia da reunião do Copom, que se realiza nesta terça e quarta-feira, crescem as apostas do mercado de que o Banco Central deve manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. “Acreditamos que o Copom manterá, por unanimidade, a taxa Selic em 10,50%, enfatizando a necessidade de seguir com a política monetária contracionista”, avalia o time de Macro da XP Investimentos, encabeçado pelo economista-chefe Caio Megale.
A XP investimentos projeta a taxa Selic em 10,50% até o final de 2025. Segundo a análise do time Macro da casa, “este cenário tem como hipóteses a taxa de câmbio em 5,40 reais por dólar e a inflação corrente abaixo de 4,5% (limite superior do intervalo de tolerância ao redor da meta)”. Essa perspectiva pode mudar, com o Copom optando por uma elevação da Selic, se “o câmbio se estabilizar ao redor de 5,80 (ou acima) e/ou a inflação corrente superar consistentemente o topo da banda”.
Ainda de acordo com a XP Investimentos, “o comunicado pós-decisão provavelmente será mais duro (com) o Copom sinalizando uma piora do balanço de riscos. Isto posto, não acreditamos em indicação explícita sobre os próximos passos da política monetária, que dependerá da evolução do cenário econômico”.
Para Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos, “esperamos a manutenção da meta Selic em 10,50% por decisão unânime na reunião do Copom”. Segundo o executivo, “isso estaria em linha com a sinalização anterior de que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente (para consolidar) não apenas o processo de desinflação como a reancoragem das expectativas”.
Dada a alta do câmbio nos últimos meses, Goldenstein pontua que “seria importante o Copom apontar que não se guia por movimentações de curto prazo da taxa de câmbio (e que) a política monetária tem que se submeter aos preceitos de cautela e serenidade e não à volatilidade de curto prazo dos preços de mercado”.