Durante o 46º Congresso Brasileiro de Previdência Privada (CBPP), realizado nesta quarta-feira (22/10), Felipe Niemeyer, sócio-diretor da Root Capital, destacou que apesar dos juros altos oferecidos pelos títulos públicos há oportunidades para o crédito. “É agora que se pode exigir mais garantias e montar boas estruturas”, disse.
Niemeyer explicou que os fundos mais líquidos, que receberam mais aportes e possuem uma quantidade limitada de ativos, acabaram tendo seus spreads comprimidos, enquanto os ativos menos líquidos, que viveram um cenário inverso, apresentam maior prêmio. “Estou muito otimista com os ativos de menor liquidez e pessimista com os de crédito mais líquidos”, afirmou.
Ele ressaltou que o Brasil tem uma distorção estrutural, com boa parte da poupança das famílias concentrada em ativos de alta liquidez, baixo risco e alto rendimento, enquanto entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) fazem o mesmo, direcionando suas carteiras para NTN-Bs, que oferecem prêmio acima da meta atuarial.
Segundo ele, essa concentração em CDI e NTN-B é ruim. Ele defende que investidores institucionais diversifiquem mais entre ativos líquidos e ilíquidos. “Em vez de manter todo o patrimônio em ativos de alta liquidez, vale migrar parte para os menos líquidos, onde o retorno compensa o risco”, afirmou.
Ele avalia que, quem tem capital e horizonte de longo prazo, como as EFPC, pode capturar bons prêmios em crédito ilíquido. “Com poucas pessoas atuando nesse mercado e spreads altos, esse é o momento de aproveitar. Se os fundos líquidos sofrerem abertura de spread, os de menor liquidez vão ‘nadar de braçada’, afirma.