Asset oferece nova opção no exterior | Itaú cria fundo de fundos ...

Fernando Mattar Beyruti, do Itaú UnibancoEdição 252

Devido a recente demanda dos grandes investidores por estratégias mais ativas com foco no mercado internacional, a asset do Itaú lançou no fim de julho um fundo de fundos para compra de cotas fora do País. Comandado por um time local composto por 18 profissionais, o investimento busca superar o benchmark do MSCIWorld, com destaque para a exposição em ações americanas, europeias e asiáticas nos setores de finanças, consumo, tecnologia, bens industriais, saúde e energia. “Por conta da necessidade de diversificação das carteiras, os clientes vêm buscando cada vez mais produtos sofisticados e diversificados. Oferecemos essa nova opção em um momento que o setor precisa de novas saídas”, afirma o responsável pela área de clientes institucionais da asset, Fernando Beyruti.

O executivo conta que o novo Fund of Funds Multi Global Equities tem foco na identificação e análise de oportunidades, além de realizar um monitoramento permanente do desempenho de cada gestor escolhido. Ele acredita que a estrutura de sua equipe é o ponto forte do produto. “Vemos em nossa estrutura e patrimônio sob gestão uma grande vantagem para alcançar bons negócios”, diz.

A aposta principal da casa se baseia no trabalho de auxílio que será prestado para as fundações, sem contar que a solução pode ser vista como um instrumento para evitar custos para o investidor, por já oferecer esse serviço de busca e estudo do mercado. Neste sentido, o diretor defende que a novidade vai ao encontro ao que a própria Previc [Superintendência Nacional de Previdência Complementar] orienta, que é a preocupação e redução dos gastos administrativos. “Não estamos garantindo rentabilidade, mas sim a seleção de gestores qualificados, fator considerado tão importante como a tomada de decisão dos investimentos.”

O produto que irá alocar recursos em fundos com papéis líquidos, como é o caso das ações blue chips estrangeiras, é tido também como uma garantia de menor volatilidade na comparação com os fundos que fazem parte da carteira final da asset, quando analisados isoladamente. A taxa de administração anual é de 0,75% e taxa de performance é de 20% sobre o retorno excedido do benchmark. O período para liquidação do resgate é de dez dias úteis.

O novo fundo de aplicações no exterior faz parte do grupo de produtos do Itaú denominado FOF (fund of funds). Beyruti explica que a estratégia da asset para os fundos de fundos teve início na década de 90 com atenção voltada aos clientes de alta renda, conhecidos como private, e só há quase dois anos foi considerada um bom acesso a investimentos para o público institucional.
“Começamos em abril de 2008 com o Itaú RPI Ações Ibovespa e, desde então, já lançamos mais quatro produtos abertos [contando com o Multi Global Equity] para os 96 institucionais que compõe nossa carteira de clientes no setor”, detalha. A família de FOF do Itaú tem atualmente cerca de R$ 30 bilhões sob gestão, dos quais R$ 1,4 bilhão é proveniente de fundações e R$ 500 milhões de regimes próprios de previdência.

 

Concorrência e Multigestão – Outro gestor que lançou recentemente novas opções de investimento no exterior foi a HSBC Global Asset Management. Trata-se de uma família de fundos lançada há dois meses, composta por três fundos, e que já captou R$ 115 milhões para alocar nos fundos do banco em outros países. A carência para resgate dos recursos é de sete dias. 

Segundo o diretor de distribuição de fundos da casa, Alcindo Canto, esse movimento de abrangência de novos setores por meio dos fundos de fundos na asset acontece como um desenvolvimento do conceito interno de multigestão, quando a busca por rentabilidade envolve gestores externos e uma seleção mais analítica dos ativos.
Na equipe de Canto, composta por sete pessoas, a preocupação em realizar uma análise quantitativa e qualitativa de qualidade também é grande e conta com as habilidades dos profissionais de outros escritórios do HSBC no mundo, onde esse tipo de serviço é bastante desenvolvido. “Trata-se de um instrumento plural, em que muitos gestores interpretam o mercado e fazem suas apostas, o que protege o investidor”, finaliza.