A Mercer, empresa que já presta consultoria atuarial e de investimentos aos fundos de pensão brasileiros há várias décadas, vai passar a oferecer também o serviço de implementação efetiva das estratégias de investimento no exterior.A Mercer, empresa que já presta consultoria atuarial e de investimentos aos fundos de pensão brasileiros há várias décadas, vai passar a oferecer também o serviço de implementação efetiva das estratégias de investimento no exterior.
Segundo o CEO da Mercer no Brasil, Eduardo Marchiori, a decisão de trazer o serviço para o Brasil neste momento decorre da crescente demanda dos investidores por ativos no exterior diante da queda dos prêmios na renda fixa local. Além disso, pesou na decisão a regulamentação mais amigável após as mudanças promovidas pelos órgãos competentes no início de 2018 – em janeiro o Conselho Monetário Nacional (CMN) editou uma nova norma que facilitou o processo de alocação no exterior por parte dos institucionais, derrubando a exigência de que cada entidade poderia ter no máximo 25% do feeder local que fazia as alocações externas; com as novas regras as fundações podem estruturar seus próprios fundos exclusivos e fazer, por meio deles, a alocação diretamente nos produtos globais que mais lhe agradam.
Marchiori afirma que esse serviço já é oferecido há algum tempo em países desenvolvidos e é, segundo ele, o que tem apresentado maior crescimento junto aos clientes institucionais, totalizando cerca de US$ 240 bilhões em ativos sob gestão.
O executivo ressalta que a Mercer não irá atuar como uma gestora de recursos na nova atividade, já que não será ela quem irá comprar ou vender os ativos globais. “Vamos fazer a seleção e o aporte de recursos nos melhores gestores, de acordo com o mandato de cada cliente, atuando como uma gestora de fundos”, explica o especialista. Segundo ele, a Mercer receberá uma taxa das gestoras escolhidas, “com total transparência para o cliente”.
Ainda de acordo com o executivo, por conta dos volumes alocados pelos clientes globais nesse produto, os investidores brasileiros terão o benefício do ganho de escala, com taxas possivelmente menores do que se fossem fazer a alocação de maneira individual.
Nos mercados desenvolvidos, prossegue Marchiori, a empresa estruturou há alguns anos uma classificação de ratings que indica as assets que tem maior consistência na geração de alpha no decorrer do tempo, o que ele acredita que deve facilitar aos clientes brasileiros uma análise relativamente simplificada das inúmeras opções de fundos no exterior. De acordo com o CEO da Mercer, são cerca de 2,7 mil estratégias globais diferentes mapeadas pela empresa à disposição dos investidores. Essa classificação de ratings, inclusive, deve ser lançada no mercado brasileiro nos próximos meses.
Marchiori diz também que a implementação das estratégias vai se limitar, num primeiro momento, aos investimentos no exterior, mas deve estender-se à gestão de ativos locais no futuro. O executivo diz ainda que o Brasil é um dos cinco mercados prioritários da empresa para o desenvolvimento dessa estratégia de implementação de alocação global, junto com México, China, África do Sul e Japão, países onde os investidores também tem aumentado a procura por oportunidades além de suas fronteiras.
Segundo Marchiori, a Mercer ainda não implementou a nova estratégia de investimento no exterior para nenhum cliente no país, mas espera que isso possa ocorrer até o final do ano. “Acreditamos que o potencial para a expansão do produto no Brasil é muito grande, uma vez que a participação do investimento no exterior na carteira dos institucionais ainda é incipiente”, pontua o especialista.
Além dos fundos de pensão, family offices e mesmo gestoras de recursos também estão no radar da Mercer como potenciais clientes que podem vir a fazer uso do serviço.
O CEO da Mercer comenta também que, como inicialmente o serviço é voltado apenas para os investimentos no exterior, e levando em consideração que a empresa tem cerca de 2,2 mil profissionais capacitados para fazer a implementação do produto espalhados em 21 países, não foi necessária a contratação de pessoal no Brasil por conta do lançamento.