Edição 109
Levantamento feito pela Investidor Institucional mostra que 180 fundos de pensão já assinaram o contrato de custódia centralizada e estão em fase de implantação dos sistemas ou com a implementação já concluída. O banco líder em contratações é o Itaú, com 60 fundações na sua carteira de custódia. O segundo colocado é o Citibank, com 40 fundações contratadas, seguido do HSBC, com 39 contratações. O Santander, com 21 negócios fechados vem em quarto lugar no ranking dos custodiantes em número de contratações. O ABN AMRO vem em seguida, com dez contratações. Fecharam seus primeiros contratos o Bradesco (5), o BankBoston (3) e a CBLC (2).
Segundo estimativas de dirigentes da área de custódia das instituições financeiras, a quinze dias do prazo final, que se encerra no próximo dia 31 de dezembro, cerca de 30% do total dos fundos de pensão obrigadas a contratar a custódia ainda não finalizaram o processo de escolha. Conforme Investidor Institucional vem antecipando, a maioria das fundações que não fecharam pertence ao grupo das pequenas e de médio portes, com patrimônio inferior a R$ 30 milhões. Aproximadamente 20 fundações entre os 200 maiores fundos de pensão ainda não bateram o martelo com uma instituição financeira, mas garantem ter concluído o processo de escolha, entre elas, Previ, Fapes, Postalis e Real Grandeza. A Valia acaba de fechar contrato com o Citibank (ver box).
Apesar do ritmo mais lento de contratações, instituições que entraram por último neste disputado mercado, como Bradesco e BankBoston, acabam de fechar seus primeiros contratos. Segundo Fernando Terreiro, diretor-técnico do departamento de ações e custódia do Bradesco, quem ainda não fechou contrato tem prazo até no máximo dia 15 de dezembro para fazê-lo. “É preciso de pelo menos 15 a 20 dias para implantar o sistema”, alerta. Confira a seguir as últimas contratações fechadas.
Valia assina contrato com o Citibank
Depois de nove meses em processo de escolha, o fundo de pensão dos funcionários da Valia assinou, no início de dezembro, o contrato de custódia com o Citibank. A implantação dos sistemas começou em seguida. O processo de escolha começou em conjunto com outras três fundações (Aerus, Eletros e Fapes) e, dessas, apenas a Fapes, do BNDES, ainda não definiu o custodiante. A Valia acabou entendendo como melhor custodiante o Citibank, a exemplo da Aerus e Eletros (ver edição nº 107). Segundo o diretor de investimentos da Fapes, Raul Brookman, o nome da instituição que vai centralizar a custódia da fundação já está escolhido e será divulgado nos próximos dias.
Os recursos custodiados da Valia somam R$ 3,2 bilhões. A fundação contratou ainda os serviços de controladoria do Citibank. O controle do risco será feito pela equipe da Valia.
Santander fica com a Telos
O fundo de pensão dos funcionários da Embratel (Telos) contratou o Santander para fazer a custódia da sua carteira própria, de R$ 126 milhões. O patrimônio atual da fundação é de R$ 1,6 bilhão, dos quais 75% estão alocados na renda fixa e 22% na renda variável. A Telos trabalha hoje com 12 gestores, que já fazem a custódia dos recursos terceirizados. Como a fundação repassou ao banco espanhol para custodiar apenas a carteira própria, a consolidação dos ativos será feita dentro de casa. O controle de risco também é feito internamente. A Telos está avaliando três empresas para fazer a auditoria de gestão: a Boucinhas, a Deloitte e a Trevisan.
Previminas escolhe HSBC
O Previminas, fundo dos funcionários da companhia de saneamento mineira (Copasa), da Cohab-MG e do PRODEMG, empresa de processamento do Estado, escolheu o HSBC para custodiar seus ativos, da ordem de R$ 367 milhões, sendo R$ 337 milhões em renda fixa e R$ 30 milhões em renda variável. A fundação fará a controladoria internamente e está escolhendo a consultoria para o controle do risco dos investimentos e o auditor de gestão. O contrato foi fechado no final de novembro e os sistemas começaram a ser implantados no início deste mês. O Previminas é o 50º fundo de pensão em ativos, com patrimônio total de R$ 444,3 milhões em dezembro de 2000, segundo o Top Atuarial da Investidor Institucional.
Bradesco fecha com cinco fundações
O Bradesco, um dos últimos a entrar na disputa pelo mercado de custódia dos fundos de pensão, fechou contrato com cinco fundações e está negociando com mais três fundos de pensão. O banco vai fazer a custódia centralizada da Bases (Baneb) e do Desban (Fundação BDMG – Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais). As outras três fundações estão em processo de mudança de patrocinadora e optaram por não revelar seus nomes. O volume custodiado do Desban é de R$ 220 milhões, enquanto o do Baneb é de R$ 330 milhões.
Segundo o diretor de custódia do Bradesco, Fernando Terreiro, a instituição está pronta para implantar os sistemas nas fundações num prazo entre 15 e 20 dias. O Bradesco está oferecendo um sistema de análise de risco próprio e também os serviços de controladoria. Com o Desban foi fechado apenas a custódia e o Bases contratou os serviços de custódia e de controladoria.
BankBoston comemora seu primeiro contrato
O BankBoston venceu a concorrência entre as principais instituições custodiantes do mercado para centralizar a custodia dos ativos do Funepp, fundo de pensão dos empregados da Nestlé. A instituição vai responder também pelos serviços de back-office e controle de risco da Funepp. Segundo o diretor administrativo da fundação, Paulo Zanelatto, embora os detalhes finais sobre os serviços a serem prestados ainda estejam em fase de acerto, os sistemas de informações entre o banco e a fundação já começaram a ser implantados. O volume custodiado atingiu R$ 280 milhões. Do total de ativos da fundação, cerca de 60% estão alocados na renda fixa e 30% estão na renda variável. O BankBoston finaliza negociação com mais duas fundações.
• Martins Bastos
O fundo multipatrocinado por empresas do Grupo Petróleo Ipiranga (RS) elegeu o HSBC para a custódia.
• Fundiágua
O fundo dos empregados da empresa de saneamento de Brasília fechou com o HSBC, cerca de R$ 80 milhões.
• Cibrius
O fundo de pensão dos funcionários da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) contratou o HSBC.
• Cabea
O HSBC também fará a custódia para o fundo do Banco do Estado do Amazonas, de R$ 80 milhões.
• Geiprev
A custódia dos ativos do fundo da Empresa Brasileira de Planejamento e Transporte ficará com o HSBC.
• Previndus
O fundo da Firjan, Senai, Sesi, Sebrae, Senac/RJ contratou a custódia do HSBC.
• Uranus
A CBLC custodiará ativos do fundo da Comissão Nacional de Energia Nuclear. A análise do risco fica com a SFR.
• Previscania
O ABN Amro foi o escolhido pelo fundo de pensão dos funcionários da Scania.
• Fachesf
O fundo dos funcionários da CHESF assinou com o Itaú, para um volume de R$ 650 milhões. O controle de risco da fundação está sob responsabilidade das consultorias Risk Office, Rabbat e Prandine & Associados (RPA).
• IAJA
O fundo de pensão dos empregados do Instituto Adventista de Jubilação e Assistência contratou o Itaú para centralizar a custódia de R$ 90 milhões e serviços de análise do risco e de controladoria.
• Indusprevi
O HSBC centralizará a custódia do fundo do Senai, Sesi, Ciergs e Sebrae/RS, de R$ 60 milhões.
• Capesesp
O fundo de pensão dos funcionários da Fundação Nacional de Saúde bateu o martelo com o HSBC.
• Portus
O HSBC vai custodiar os ativos do fundo dos funcionários da Portobrás, de R$ 700 milhões.
• Agros
O fundo dos empregados da Universidade Federal de Viçosa elegeu o HSBC para custodiar R$ 200 milhões.
• Derminas
Já a fundação dos funcionários do DER-MG fechou com o Itaú a custódia de cerca de R$ 70 milhões.
• FGV-Previ
Também o fundo dos empregados da FGV confiou a custódia ao Itaú, que assume ainda a controladoria dos investimentos.
• Prevbep
O Itaú também foi o contratado pelo fundo dos empregados do Banco do Estado do Piauí.
• Fipecq
O fundo de pensão dos empregados do CNPQ, FINEP, IPEA, INPE e do INPA fechou com o HSBC.
• Funsejem
O Itaú vai custodiar ativos de R$ 42 milhões do fundo de pensão dos funcionários das empresas do grupo Votorantim.
• Previllares
O Itaú também assinou a custódia com o fundo de pensão dos empregados das Inds. Villares, Elevadores Atlas Schindler.
• Prevbosh
O fundo de pensão dos funcionários da Bosch contratou o ABN AMRO para custodiar cerca de R$ 875 milhões, e cuidar da controladoria e análise de risco.