BB cresce e procura parceiro | Banco do Brasil mantém a liderança...

Carlos Massaru Takahashi, da BB DTVMOs dez maioresEdição 256

 

“Em time que está ganhando não se mexe” não é uma frase que serve para se referir à área de administração fiduciária do Banco do Brasil. O BB continua líder após um crescimento de aproximadamente 10% em 2013. Mesmo com a liderança e com um crescimento acima da média do mercado, que recuou 6% em 2013, o Banco do Brasil ainda não está satisfeito. Agora, o Banco do Brasil pretende criar uma área segregada para cuidar do negócio de administração fiduciária e, para isso, está procurando um parceiro que pode ser tanto uma grande instituição global quanto um banco brasileiro de médio porte.

“Pode ser um grande player global ou um banco intermediário do mercado doméstico”, revela o diretor-presidente da BB DTVM, Carlos Massaru Takahashi. O executivo ressalta que o modelo ainda está em fase final de estudos e que não descarta a criação da nova área de forma orgânica. “Também podemos fazer internamente, mas a realização de uma parceria é uma opção interessante para viabilizar o negócio”, diz Takahashi. De acordo ao executivo, se for criada uma nova empresa, ela já nascerá como a líder do mercado e terá vantagens competitivas de escala, além da segurança do Banco do Brasil. O que está faltando, então, é um parceiro que tenha expertise e tecnologia avançada para aprimorar o serviço de administração que já existe na BB DTVM.
Caso o projeto seja realizado com um grande player global, a nova empresa pode disputar espaço com o BNY Mellon, que é o maior prestador de serviços financeiros e possui uma operação forte no Brasil. Além disso, pode colocar o BB no mesmo nível de outras instituições domésticas, como Itaú e Bradesco na oferta desses serviços para terceiros.
Atualmente, o Banco do Brasil é líder do segmento de administração fiduciária, com R$ 487,28 bilhões de recursos (contra R$ 444,02 bilhões em dezembro de 2012), seguido pelo Itaú, com R$ 398,35 bilhões, e pelo Bradesco, com R$ 292,82 bilhões, segundo dados da Anbima. Apesar da liderança do ranking, o BB ainda não é forte na oferta do serviço para terceiros. Dentro do grupo do Banco do Brasil, a função de administração fiduciária ainda é realizada pela BB DTVM, mas isso deve mudar ainda em 2014. “Já segregamos a custódia e a controladoria, que está a cargo do conglomerado desde setembro do ano passado. Agora pretendemos fazer o mesmo com a administração fiduciária com a criação de uma área nova”, diz o diretor-presidente da BB DTVM.
As operações de custódia e controladoria foram então para o banco, e estão agora sob responsabilidade da área de mercado de capitais. “O BB decidiu aumentar ainda mais o nível de especialização das áreas que prestam os serviços de custódia qualificada, controladoria e contabilidade”, explica Humberto Guimarães Miranda, gerente executivo da diretoria de mercado de capitais e investimentos do Banco do Brasil.

Ano difícil – O diretor-presidente da BB DTVM conta que a indústria de fundos enfrentou um ano de dificuldades em diversos mercados em 2013. “A mudança dos cenários internacionais afetou negativamente a economia doméstica”, diz Takahashi. Mas como em períodos de alta volatilidade, os investidores tendem a procurar ativos e gestores com menor risco, a BB DTVM acabou se beneficiando desse movimento.

“Aumentou a aversão ao risco e, consequentemente, aumentou a procura por casas mais sólidas e opções menos arriscadas”, diz o diretor-presidente. Nessa mesma linha, houve maior procura por fundos e ativos dos bancos com controle estatal, como o BB e a Caixa Econômica.
Nesse mesmo raciocínio, os investidores fundos de pensão também privilegiaram opções mais conservadoras como os fundos DI e títulos públicos do tipo NTN-Bs, para os novos recursos. Uma novidade para 2014 é o início dos investimentos das fundações no exterior, que deve começar ainda no primeiro trimestre do ano (ver matéria).