Instituto de Recife amplia renda variável | Regime próprio quer a...

Manoel Carneiro

Edição 246

 

Quando Manoel Carneiro assu-miu a presidência do regime de previdência que atende 12,8 mil servidores municipais do Recife no início deste ano se deparou com a maior parte dos recursos da entidade alocados em renda fixa. Cerca de 87% do patrimônio total da instituição estava concentrado em ativos e fundos de renda fixa. Agora, no terceiro mês de mandato, o executivo escolhido pelo novo prefeito da cidade, Geraldo Júlio (PSB), já prepara mudanças para a carteira e prevê a contratação de uma consultoria de investimentos para credenciar novos gestores até o fim do primeiro semestre de 2013.

Uma das principais novidades na escolha das opções de alocação será o aumento dos ativos destinados a renda variável. O objetivo é que a estratégia atinja cerca de 22% dos recursos do RPPS, deixando para trás os atuais 13% – um crescimento de 9%. A intenção é acompanhar principalmente fundos de ações livres, dividendos, consumo e small caps. Além disso, pretende também aumentar a alocação em fundos estruturados, com preferência pelos FIPs (Fundos de Investimento em Participações) e FIDCs (Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios).

O presidente explica que o Reciprev também irá adotar critérios mais rigorosos no momento de seleção de modalidades de investimentos por meio de um modelo de governança revisado.

O projeto já está em andamento no instituto por meio da criação de uma gerência exclusiva interna para tratar dos investimentos e de uma análise macro-econômica do mercado, o que até então não havia sido realizado, de acordo com ele.

Contando com a diretoria, são 82 profissionais que trabalham para administrar o regime próprio, que no fim do ano passado contava com patrimônio de R$ 625 milhões. Os recursos estão divididos em dois planos distintos, um deles com segregação de massas e regime de capitalização. Os servidores municipais foram divididos em dois grupos: aqueles que assumiram seus cargos até dezembro de 2008, que estão no regime de repartição, e os que entraram na prefeitura após este período. Este grupo de servidores mais novos na prefeitura contam com o fundo capitalizado.

Para a administração destes planos, Carneiro estuda a contratação de uma consultoria para auxiliar no credenciamento e seleção de novas assets terceirizadas que possam oferecer serviços ao RPPS em sua gestão. Atualmente, os recursos do regime próprio estão distribuídos entre instituições como Caixa Econômica, BB DTVM, BTG Pactual, Franklin Templeton, Perfin, Quest, Humaitá, XP Gestão de Recursos e Votorantim Asset Management.

A busca pela nova consultoria de investimentos irá contar com a ajuda do diretor-executivo do RPPS e especialista em investimentos financeiros, Francisco Canindé, que atuou anteriormente como superintendente regional do Banco do Brasil no estado, e agora é novo chefe de investimentos. Daniel Cruz Magalhães também faz parte da equipe de investimentos. Hoje fazem parte do comitê de investimentos, Carneiro (diretor-presidente), Canindé (diretor-executivo), João Freitas (gestor previdenciário), Marta Lúcila (diretora-administrativa).

Os últimos cargos exercidos por Carneiro foram na gerência de recursos humanos e na chefia da Polícia Civil durante o mandato do governador Eduardo Campos (PSB) e, em 2012, e como diretor-presidente do Instituto de Recursos Humanos de Pernambuco. Ele é formado em Direito pela Faculdade de Olinda, com pós-graduação em Gestão Governamental.