Top Atuarial é bem recebido | Profissionais que atuam em segmento...

Edição 101

Os profissionais que atuam no sistema previdenciário receberam bem o Top Atuarial, o primeiro ranking completo dos fundos de pensão, publicado na edição número 100 de Investidor Institucional. Entre analistas e consultores dedicados a este segmento, o Top Atuarial foi considerado uma valiosa ferramenta de trabalho, capaz de dar mais transparência às informações referentes aos desempenhos das fundações.
“Para nós, que trabalhamos neste setor, o Top Atuarial é ótimo, porque trouxe uma série de informações de grande valia para o nosso dia-a-dia”, destacou José Guilherme Simonetti, consultor da RD3.
Alexandre Póvoa, diretor de investimentos da asset management do ABN Amro, destaca que o ranking é o primeiro a publicar informações sobre o retorno dos investimentos das fundações. “É a primeira vez em que se faz um esforço para medir a performance das fundações”, ressaltou Póvoa. “Em que pese eventuais falhas desta primeira edição, é de se destacar que a iniciativa já tem, logo de partida, o mérito de incitar as discussões”.
O diretor de investimentos do ABN Amro insere o lançamento do Top Atuarial em uma tendência global de busca de transparência das informações relacionadas com a indústria de fundos de pensão. “Sempre tivemos a fama de ser um setor hermeticamente fechado, de funcionarmos como uma caixa-preta”, diz Povoa, com a experiência de quem atuou no lado de dentro das fundações, quando integrou os quadros da Eletros, a fundação da Eletrobrás. “O ranking criado por Investidor Institucional contribui para acabar com essa má fama”.
Ainda de acordo com Póvoa, o Top Atuarial funciona como “uma lista atualizada das fundações, com informações detalhadas sobre cada uma delas”, o que é bastante útil ao profissional do setor. “Me orgulho de fazer parte de um processo de profissionalização e de abertura do setor, que está propiciando o surgimento de publicações como esta, em que as informações sobre as fundações estão bem claras”, acrescenta.
Concorda com ele Nelson Rogieri, sócio-consultor da NPR e ex-presidente da Abrapp. Na opinião de Rogieri, o Top Atuarial concretiza uma aspiração antiga do sistema de fundos de pensão: “Com este excelente trabalho, é possível começar a desmistificar muitas idéias erradas que o público leigo mantém em relação aos fundos”, acrescenta, fazendo coro a Póvoa. “Nunca houve antes um ranking tão completo, com informações detalhadas de todos os aspectos dos fundos de pensão e de seus planos de benefícios.”

Um ranking representativo do sistema
Assim que começou a circular a edição nº 100 de Investidor Institucional, com o ranking Top Atuarial, os telefones desta editora não pararam de tocar. Dirigentes e profissionais de fundos de pensão ligavam para comentar o trabalho, esclarecer dúvidas ou simplesmente fazer sugestões. Outros ligavam para perguntar porque o nome de suas fundações não terem sido incluídas no ranking.
O levantamento foi feito a partir dos dados enviados pelas próprias fundações, respondendo a questionário enviado por esta revista, e também a partir da leitura dos balanços publicadas por elas em jornais. Algumas porém, que não responderam nosso questionário e cujos balanços tenham sido publicados apenas em jornais de circulação regional, acabaram ficando de fora da lista.
De qualquer forma, a soma dos recursos mapeados mostra que nossa pesquisa foi um sucesso, pois de um total de R$ 144 bilhões existentes no sistema nossa pesquisa conseguiu elencar nada menos de R$ 140,7 bilhões, o que representa 97,7% do total. Para o consultor Dionísio Jorge da Silva, que assessorou Investidor Institucional na criação deste ranking, “os números obtidos mostram que o ranking é plenamente representativo do sistema”.
De acordo com ele, dirigentes e técnicos de fundos de pensão passam agora a ter uma forma de comparar sua fundação com o resto do sistema. “O pessoal das fundações está comentando bastante o ranking e isto é muito bom, porque comprova a importância do ranking”, diz Silva. “Claro que há aspectos que podem ser aperfeiçoados, e isso deve ser feito nas próximas publicações”.
Um dos pontos mais comentados diz respeito ao retorno da renda variável. Dionísio da Silva esclarece, porém, que retorno é um critério diferente de rentabilidade. O retorno mede o resultado da renda variável, que é encontrado pela conta das receitas menos despesas, dividido pelo realizável da carteira.
Para calcular a rentabilidade seria necessário ter acesso a dados mensais da carteira de renda variável. “Não pudemos calcular a rentabilidade, o que seria mais conveniente, pois as informações necessárias para isso, não estavam disponíveis nos balanços anuais”, explica.