Patrimônio das abertas cresce quase 50%

Edição 72

O fechamento do balanço de 1999, realizado pela Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp) marca o quinto ano consecutivo de franca expansão das empresas de previdência aberta. No total, o patrimônio do setor saltou para R$ 12,376 bilhões, contra R$ 8,267 bilhões do final de 98. Em receitas (contribuições), porém, o crescimento não foi tão significativo. Os números mostram um aumento de apenas 17% em relação a 98: R$ 3,753 bilhões contra R$ 3,225 bilhões.
Entretanto, de acordo com o vice-presidente da Anapp, Fuad Noman, o crescimento real das receitas é de quase 40%. A explicação é que, em 98, a seguradora Sasse absorveu, de uma só vez, cerca de R$ 500 milhões em recursos do fundo de pensão do extinto BNH, o Prevhab, gerando uma imagem distorcida da performance do setor naquele ano. “Expurgando esse caso particular da Sasse, que amplificou os números do setor em 98, chegamos a um percentual de crescimento na arrecadação de quase 40% no ano passado”, explica.
A maior parte das receitas ainda é originada pelos planos tradicionais, que oferecem garantia mínima de rentabilidade. Entretanto, para Fuad Noman, o PGBL conseguiu consolidar-se como produto, e veio para ficar. “O volume de receitas originado pelo PGBL ainda está distante dos planos tradicionais, mas o produto mostrou que tem espaço no mercado”, diz. De acordo com ele, no geral as vendas do PGBL foram mais expressivas no segmento de clientes do tipo corporate.
Fuad Noman observa, ainda, que as maiores empresas de previdência aberta ficaram acima dessa média (ver tabela ao lado). No ranking geral, a novidade foi a mudança na segunda posição, com a Brasilprev superando a Unibanco AIG, que ficou na terceira posição. A Sasse perdeu o quarto lugar, abrindo espaço para a Itaúprev.
Na liderança do ranking, porém, nenhuma novidade. A Bradesco Previdência continua avançando acima da média do mercado. A empresa registrou um crescimento de 65% em suas receitas, que saltaram de R$ 1,02 bilhões em 1998 para R$ 1,7 bilhões no ano passado. Com isso, a carteira de investimentos aumentou 59% em 1999, atingindo a marca de R$ 6,6 bilhões, o que representa quase a metade da totalidade de reservas do setor.