Investimentos globais usando smart beta | Fundação da Odebrecht a...

A Odebrecht Previdência (Odeprev) se prepara para alterar sua forma de investir no exterior, após as mudanças regulatórias aprovadas no primeiro semestre que facilitaram esse processo. O veículo até então utilizado para fazer a alocação em ativos globais, um FIC FIM IE, só permitia à entidade comprar cotas de fundos locais que, por sua vez, faziam o aporte dos recursos em fundos no exterior. Com a nova regulamentação, o fundo de pensão vai poder começar a utilizar um FIM IE, que comprará os fundos diretamente no exterior.A Odebrecht Previdência (Odeprev) se prepara para alterar sua forma de investir no exterior, após as mudanças regulatórias aprovadas no primeiro semestre que facilitaram esse processo. O veículo até então utilizado para fazer a alocação em ativos globais, um FIC FIM IE, só permitia à entidade comprar cotas de fundos locais que, por sua vez, faziam o aporte dos recursos em fundos no exterior. Com a nova regulamentação, o fundo de pensão vai poder começar a utilizar um FIM IE, que comprará os fundos diretamente no exterior.
O diretor de investimentos da Odeprev, Gustavo Liberali, afirma que a primeira estratégia a ser contemplada no mercado internacional com esse novo formato será a de smart beta, via ETFs. A seleção dos veículos a serem adicionados à carteira da entidade será feita pela consultoria F3 Capital. Liberali, antes de assumir o atual cargo, em julho de 2018, foi sócio responsável pelas áreas de compliance e riscos da F3 por cerca de dois anos. “No smart beta não ficamos em uma posição totalmente passiva, já que não definimos quais papéis específicos serão adquiridos, mas escolhemos quais fatores, como valor, crescimento, entre outros, guiarão as compras”, explica o especialista da Odeprev.
Os investimentos no exterior já representam aproximadamente 8% do portfólio do fundo de pensão da Odebrecht, de aproximadamente R$ 3 bilhões. O diretor de investimentos destaca que, em sua avaliação, os melhores fundos do mercado internacional sequer tem feeders lançados no Brasil, uma vez que eles já têm demanda suficientemente elevada de investidores estrangeiros, sem a necessidade de buscar novos investidores em outros mercados. Com a nova estratégia, prossegue Liberali, a Odeprev terá a possibilidade de alocar seus recursos nesses fundos que, até o momento, não chegavam ao alcançe dos investidores brasileiros. 

Perfis – O modelo de perfis de investimento adotado pela Odeprev é o ‘target date fund’, mais conhecido no Brasil como ‘ciclo de vida’, no qual os limites de alocação vão se alterando conforme a etapa da vida do participante. Em 2018, esses modelos de perfis completam quatro anos de implementação, tempo suficiente para promover uma revisão deles ao longo dos próximos meses, explica o diretor de investimentos da fundação. “Possivelmente vamos alterar os limites de alocação de investimento dos perfis”, fala Liberali.
O diretor de administração e finanças da fundação, André Luis Suaide, conta que os questionamentos dos participantes sobre a rentabilidade dos investimentos caíram drasticamente desde a implementação dos perfis. “Até 2014, cerca de 80% das interações com os participantes era para atender questionamentos sobre a rentabilidade dos planos. Depois que adotamos os perfis, dos quatro mil atendimentos mensais, menos de 1% é relativo a investimentos”.
Suaide cita ainda entre as novidades previstas para a Odeprev nos próximos meses o possível lançamento de um plano instituído voltado para os familiares de seus participantes, e também de um seguro para cobrir os riscos de longevidade, que passou a ser previsto para as fundações após a publicação da Resolução 345 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), em maio de 2017. “Criamos um modelo próprio de seguro longevidade, e vamos ao mercado procurar alguma seguradora que tenha interesse em fazer a estruturação”, afirma o dirigente. 
Independente – Outra novidade da fundação da Odebrecht, iniciada há cerca de dois meses, é a inclusão de um membro independente que passou a fazer parte de seu comitê de investimentos. O novo componente do comitê é Marcelo Amaral Moraes, que também é presidente do conselho fiscal da Vale, e fez carreira na área de investimentos na Bradespar e Stratus, além de ter sido country manager da Capital Dynamics no país. “O Marcelo nos traz uma perspectiva nova em duas áreas muito importantes, de governança e investimentos, até porque quem trabalha na entidade geralmente já está no time há bastante tempo”, conta o presidente da Odeprev, Sérgio Brinckmann.