Edição 125
A Máxima Asset Management está lançando o primeiro fundo de recebíveis creditórios, lastreado em Créditos Diretos do Consumidor (CDC) originados pela sua empresa de crédito financeiro, a Máxima Financeira. A primeira apresentação da nova modalidade de fundo já foi apresentada na praça de Curitiba, para fundos de pensão locais, e em breve deve ser apresentado para fundações de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo.
Embora tenha uma configuração jurídica complexa, o que explica o fato de nenhuma asset ter conseguido lançá-lo até agora, sua operação é relativamente simples. Ao financiar a compra de um determinado bem numa loja, a financeira emite um carnê que entrega ao cliente comprador, o qual se compromete a fazer pagamentos mensais para saldar o financiamento. Esses carnês, que na verdade são recebíveis creditórios, constituem o lastro do novo fundo.
De posse dos carnês, a financeira envia-os ao Itaú, que é o banco custodiante da operação. Esse examina os créditos e seleciona apenas aqueles de boa qualidade, enviando-os ao Bradesco, que é o banco cobrador, devolvendo os créditos não selecionados à financeira. O que os investidores buscam num fundo desse tipo é a liquidez propiciada pela cobrança das prestações. A expectativa de retorno é de cerca de 110% do CDI.
Estão sendo oferecidas aos institucionais cotas no valor de R$ 100 milhões, que estão sendo chamadas de cotas sênior, pelo sistema bookbuilding. Há ainda R$ 36 milhões em cotas colaterais, que serão assumidas pela própria Máxima e destinam-se a cobrir eventuais inadimplências dos clientes da financeira. Para a diretora comercial da Máxima Asset Management, Silvia Werther, a venda das cotas deve estar finalizada até a terceira semana de novembro.
A montagem do fundo foi considerada bastante segura pela Moody’s, que brindou-o com o rating AAA.br. Além de ter as cotas colaterais como garantia contra inadimplência, o fundo conta com um mecanismo que permite a substituição contínua das prestações pagas pelos clientes por outras novas. A carência do fundo é de três meses e, a partir daí, os resgates podem ser feitos em 30 dias fora o mês corrente. O valor da cota é de R$ 25 mil.
Segundo Silvia, a Máxima Financeira tem contrato com cerca de 1,5 mil lojas dos segmentos de eletrodomésticos e materiais de construção no país todo, incluindo a Sonoleve e DMG Eletro Móveis no Rio de Janeiro, Móveis Columbo e Mauro Pisos e Azulejos em São Paulo, Novo Mundo, Comercial Pontes e Carlos Sariva em Brasília.